À maneira dele

Um filme de amigos para recorder um homem bom que era amigo de todos, é um retrato afectuoso do músico que é menos convincente do que podia ser como documentário.

Foto

Se há figura do universo da música rock portuguesa que merece, indubitavelmente, um documentário, então é unânime que essa figura é José Pedro Reis, o Zé Pedro dos Xutos &Pontapés, o “nosso” Zé Pedro, “um bom homem” como muitos dos amigos dizem ao longo do documentário de Diogo Varela Silva. E é por isso mesmo que é pena que Zé Pedro Rock’n’Roll não seja exactamente o documentário que esse “bom homem” mereceria. Pela simples razão de que Varela Silva nunca acerta no que quer fazer: tem um bom ponto de partida, que é focar-se no Zé Pedro pessoa para lá dos Xutos, e um excelente trabalho de pesquisa e arquivo, que usa uma entrevista para a RTP com Ana Sousa Dias e uma participação do músico num evento lisboeta como fios condutores. Mas, como o próprio realizador disse em entrevistas, “este é um filme para nós que estamos a tentar arrumar a questão da saudade e do luto” — que o mesmo é dizer, este é um filme de amigos que parece por vezes fechar-se no seu próprio círculo de amigos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Se há figura do universo da música rock portuguesa que merece, indubitavelmente, um documentário, então é unânime que essa figura é José Pedro Reis, o Zé Pedro dos Xutos &Pontapés, o “nosso” Zé Pedro, “um bom homem” como muitos dos amigos dizem ao longo do documentário de Diogo Varela Silva. E é por isso mesmo que é pena que Zé Pedro Rock’n’Roll não seja exactamente o documentário que esse “bom homem” mereceria. Pela simples razão de que Varela Silva nunca acerta no que quer fazer: tem um bom ponto de partida, que é focar-se no Zé Pedro pessoa para lá dos Xutos, e um excelente trabalho de pesquisa e arquivo, que usa uma entrevista para a RTP com Ana Sousa Dias e uma participação do músico num evento lisboeta como fios condutores. Mas, como o próprio realizador disse em entrevistas, “este é um filme para nós que estamos a tentar arrumar a questão da saudade e do luto” — que o mesmo é dizer, este é um filme de amigos que parece por vezes fechar-se no seu próprio círculo de amigos.