Miami vai-se

Olivier Assayas regressa aos meandros da espionagem internacional, mas Wasp Network não é outro Carlos.

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Talvez valha a pena começar a falar de Wasp Network por aquilo que ele não é, apesar de tudo o que se pudesse anunciar: não é Carlos (2010), não é outra variação de Olivier Assayas sobre o modelo do filme de espionagem actualizado para as circunstâncias geopolíticas do último meio século. Ou, pelo menos, não parece interessado em ser isso — porque onde naquele se desenhava o terrorista como celebridade (coisa que aqui também não está ausente), aqui explora-se o que sobra depois do idealismo. Só já lá muito para a frente é que percebemos que Assayas quer mesmo falar é das mulheres, aparentemente relegadas para segundo plano, personagens secundárias numa história verídica de espiões bem-parecidos e bem constituídos, James Bonds latinos numa era (os anos 1990) em que a espionagem “à antiga” estava à beira de desaparecer.

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Talvez valha a pena começar a falar de Wasp Network por aquilo que ele não é, apesar de tudo o que se pudesse anunciar: não é Carlos (2010), não é outra variação de Olivier Assayas sobre o modelo do filme de espionagem actualizado para as circunstâncias geopolíticas do último meio século. Ou, pelo menos, não parece interessado em ser isso — porque onde naquele se desenhava o terrorista como celebridade (coisa que aqui também não está ausente), aqui explora-se o que sobra depois do idealismo. Só já lá muito para a frente é que percebemos que Assayas quer mesmo falar é das mulheres, aparentemente relegadas para segundo plano, personagens secundárias numa história verídica de espiões bem-parecidos e bem constituídos, James Bonds latinos numa era (os anos 1990) em que a espionagem “à antiga” estava à beira de desaparecer.