Pelo menos sete mortos em ataque de separatistas paquistaneses em Carachi

Atacantes foram mortos pela polícia depois de lançarem granadas e abrirem fogo. Ataque foi reivindicado pelo Exército de Libertação do Baluchistão, que se opôe ao Estado paquistanês e ao investimento da China no país.

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Quatro homens armados atacaram o edifício da Bolsa de Valores de Carachi, no Paquistão, na manhã desta segunda-feira, causando a morte de dois seguranças e um polícia, antes de serem mortos pelas autoridades. O ataque foi reivindicado pelo Exército de Libertação do Baluchistão (BLA,), um grupo separatista paquistanês.

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Quatro homens armados atacaram o edifício da Bolsa de Valores de Carachi, no Paquistão, na manhã desta segunda-feira, causando a morte de dois seguranças e um polícia, antes de serem mortos pelas autoridades. O ataque foi reivindicado pelo Exército de Libertação do Baluchistão (BLA,), um grupo separatista paquistanês.

Segundo as autoridades, citadas pela Reuters, os quatro homens conseguiram perfurar a zona de alta segurança da capital financeira, lançando granadas contra um posto de segurança no exterior da Bolsa de Valores. De seguida, começaram a disparar contra as autoridades, causando três mortos. Antes de conseguirem entrar no interior do edifício, foram mortos pela polícia paquistanesa. Além das sete vítimas mortais, incluindo os quatro atacantes, há registo de pelo menos sete feridos.

Um polícia paquistanês citado pelo The Guardian disse que as mochilas dos atacantes tinham vários mantimentos, sobretudo comida, o que indica que a intenção do grupo passava por fazer reféns na Bolsa de Valores. Para tal, foram armados com uma enorme quantidade de explosivos e munições, mas foram neutralizados após um tiroteio que durou mais de uma hora.

Na capital financeira do Paquistão estão sedeadas centenas de instituições financeiras. Antes da pandemia de covid-19, costumavam estar oito mil pessoas a trabalhar, um número que diminui bastante devido às medidas de confinamento impostas no país. No interior do edifício, assim que ouviram explosões e tiros, os trabalhadores trancaram-se nos seus gabinetes.

Momentos após o tiroteio, o ataque foi reivindicado nas redes sociais pelo BLA, um grupo separatista que se opõe ao Estado paquistanês e ao investimento chinês na região.

A província do Baluchistão, que faz fronteira com o Afeganistão e o Irão, é uma das províncias mais pobres do Paquistão, apesar de sua riqueza em termos de reservas de gás e minerais, nomeadamente ouro e cobre e carvão.

Há várias décadas que os separatistas denunciam uma exploração injusta dos recursos da região por parte do Estado paquistanês e do investimento proveniente da China, que tem investido bastante no país nos últimos anos, devido ao seu projecto da Nova Rota da Seda.

Com o aumento do investimento chinês, o BLA, considerado uma organização terrorista por Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos, tem levado a cabo alguns atentados na região. No ano passado, o grupo atacou um hotel luxo na cidade de Gwadar, construído pela China, causando a morte de cinco pessoas. Já em 2018, o BLA reivindicou um ataque contra o consulado chinês em Carachi, causando a morte de cinco pessoas.