Gelados de Bolonha prometem ser os mais cremosos de Lisboa

A marca de gelados artesanais UNICO, com as receitas da bolonhesa Cremeria Funivia, chegou a Portugal à conquista de um mercado “com grande potencial de crescimento”.

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O processo de mantecazione é o que garante a cremosidade dr

É directamente de Bolonha que chegam os principais ingredientes para os gelados da UNICO, a nova geladaria artesanal que acaba de abrir em Lisboa, na Avenida D. Carlos I: a pasta de pistácio (com pistácios da Sicília), por exemplo, para aquele que é um dos best-sellers da casa, a de avelã com frutos do Piemonte, ou a de pinhão para outro dos gelados “de assinatura”, conta Andrea Vitali.

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É directamente de Bolonha que chegam os principais ingredientes para os gelados da UNICO, a nova geladaria artesanal que acaba de abrir em Lisboa, na Avenida D. Carlos I: a pasta de pistácio (com pistácios da Sicília), por exemplo, para aquele que é um dos best-sellers da casa, a de avelã com frutos do Piemonte, ou a de pinhão para outro dos gelados “de assinatura”, conta Andrea Vitali.

Andrea é um dos sócios responsáveis por esta expansão para fora das fronteiras italianas dos gelados da famosa casa bolonhesa Cremeria Funivia e está em Lisboa para supervisionar a abertura desta loja, a primeira em Portugal, o segundo país europeu (depois do Reino Unido) a receber a marca, que está também já nos Estados Unidos.

Quando se pergunta a Andrea ou a Carlos Coutinho, o seu sócio em Portugal, qual a principal característica diferenciadora destes gelados, a resposta é igual: a cremosidade. Carlos garante mesmo que não encontraremos cremosidade igual nas outras geladarias artesanais da cidade.

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Isso, segundo Andrea, tem a ver com a qualidade dos ingredientes (não são usados quaisquer corantes, conservantes ou intensificadores de sabor), mas também com a técnica utilizada – que, aliás, não é nenhum segredo: em breve a UNICO passará a ter workshops para quem quiser aprender a fazer gelados, da fase da pasteurização à da mantecazione, na qual nasce a tal cremosidade.

Mas isso só deverá acontecer a seguir ao Verão. Para já, e passado, primeiro o período das obras nos dois andares do número 92 da Avenida D. Carlos I e, de seguida, o das restrições por causa da pandemia do coronavírus, o foco é em dar a conhecer aos portugueses os gelados e os gelato cakes que aqui se vendem.

Andrea vem de uma família que tem com os gelados uma ligação antiga. É neto de Ezio Manfroni, fabricante das famosas máquinas de gelado Carpigiani. Elena Manfroni, filha de Ezio e mãe de Andrea, é uma apreciadora de gelados e foi isso que a aproximou (juntamente com Gianluca Vitali) de Leonardo Ragazzi, o criador por trás da Cremeria Funivia (em Bolonha, o gelado de pinhão chama-se Leonardo, em sua homenagem, mas em Portugal foi baptizado como L'UNICO).

É através de Elena e Gianluca que a família Manfroni chega ao projecto, mas é já com Andrea que a entretanto criada marca UNICO sai de Itália. A experiência em Londres enfrentou algumas dificuldades, confidencia Andrea. “Os ingleses não reconhecem a qualidade da mesma forma que os portugueses”, diz. Esteve em Portugal várias vezes e acredita que a cultura gastronómica dos portugueses os torna mais parecidos com os italianos e por isso mais sensíveis à qualidade dos gelados artesanais com receitas tradicionais.

A aposta no país passa por outro factor, acrescenta Carlos Coutinho: “É um mercado em franco crescimento. Os portugueses comem per capita pouco mais de três quilos de gelado anualmente, enquanto os italianos comem mais de nove quilos. Essa é uma das razões pelas quais as geladarias artesanais têm surgido como cogumelos.”

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Bolos gelados são outra das ofertas da UNICO dr

Este é, além disso, um segmento de mercado com enorme potencial. Carlos dá outros números: 65% dos gelados vendidos em Itália são artesanais, enquanto em Portugal “estamos abaixo dos 5%”, com os gelados industriais a dominarem claramente o mercado. Mas a boa aceitação que as geladarias artesanais têm tido fá-los acreditar que se trata de uma boa aposta.

Outra razão de satisfação pelo trabalho desenvolvido até agora em Portugal, é, conta Andrea, o facto de ter sido mais fácil adaptar as receitas aqui do que foi em Londres. Apesar de mais de 90% dos ingredientes virem de Itália, são usados alguns locais, nomeadamente a água e as natas, que, sendo um produto fresco, não podem ser importadas.

E se em Londres “a água era má” e as natas diferentes das italianas, em Lisboa, a água (da torneira, filtrada) revelou-se óptima, e as natas iguais. Por isso, garante, os gelados que se comem na loja da Avenida D. Carlos são exactamente iguais aos que pode provar quem for a Bolonha e visitar a Cremeria Funivia.

Entre os mais apreciados estão, por exemplo, o Funivia (mascarpone e chocolate derretido), o Bolonha (creme de amaretto com amêndoas caramelizadas), o Cremino (chocolate branco e avelãs), o Fiordillate, o Crema Emilia, o Stracciatella, o Nocciola, o Limone (com limões da Sicília), Ananás e Gengibre ou o icónico L’UNICO, com pinhões tostados (para já só disponível às sextas, sábados e domingos).