Covid-19: Profissionais das artes fazem vigília pelos que ficaram sem rendimentos

Iniciativa está marcada para o dia 21 de Maio, a começar frente à Assembleia da República, em Lisboa, e a ter expressão também noutras cidades do país.

Foto
Paulo Pimenta

Actores, produtores, cenógrafos, técnicos e outros profissionais estão a organizar uma vigília para o príximo dia 21, em Lisboa, em nome dos que, nas artes, ficaram sem rendimentos e sem apoios, em consequência da covid-19. Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a organização da vigília explica que o objectivo é mostrar que os trabalhadores das artes “continuam a existir”, apesar de os espaços culturais estarem encerrados e com a programação suspensa desde meados de Março.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Actores, produtores, cenógrafos, técnicos e outros profissionais estão a organizar uma vigília para o príximo dia 21, em Lisboa, em nome dos que, nas artes, ficaram sem rendimentos e sem apoios, em consequência da covid-19. Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a organização da vigília explica que o objectivo é mostrar que os trabalhadores das artes “continuam a existir”, apesar de os espaços culturais estarem encerrados e com a programação suspensa desde meados de Março.

Há um caderno reivindicativo associado a esta iniciativa, alertando para as ajudas aos profissionais das artes que “tardaram a chegar e mostraram-se fracas e insuficientes”. “É hora de repensar, reestruturar e reajustar as condições laborais do sector cultural”, referem os organizadores.

Em termos práticos, a vigília decorrerá no dia 21, a partir das 9h00, junto à Assembleia da República, respeitando-se as normas de segurança e higiene exigidas pelas autoridades por causa da covid-19. A vigília será “dividida em turnos de dez pessoas que se vão revezando, fazendo assim cumprir a regra do distanciamento social”, dizem.

Além de Lisboa, a organização explica que foram criadas comissões de trabalhadores para que aconteçam vigílias semelhantes em Faro, Caldas da Rainha, Setúbal, Almada, Porto, Aveiro, Évora, Vila do Conde, Coimbra, Santa Maria da Feira e Funchal.

Entre as reivindicações desta vigília, organizada por “um grupo informal de profissionais da cultura e das artes”, contam-se a criação do estatuto do artista e a aprovação de um fundo de emergência “efectivamente capaz de fazer face à presente situação”.

Da comissão organizadora desta vigília cultural fazem parte, entre outros, as actrizes Anaísa Raquel, Erica Rodrigues, Joana Saraiva e Tânia Leonardo, os produtores André Imenso Cruz, Bárbara Rocha e Célia Pires, a gestora cultural Cláudia Matos e o actor e técnico de palco Luís Pimenta.

Em resposta ao cancelamento e suspensão da actividade cultural no país desde Março, para conter a pandemia da covid-19, o Governo criou uma linha de apoio de emergência, com uma dotação inicial de um milhão de euros, reforçada entretanto com 700 mil euros, e que vai apoiar 311 projectos, em 1.025 pedidos recebidos. Foi ainda anunciado um apoio de 400 mil euros na área do livro e agilização de procedimentos no acesso a concursos de apoio ao cinema.

Lusa/fim