Jorge Soares: “As decisões cientificamente correctas podem às vezes não ser as mais prudentes”

O presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida afirma que no modelo português de luta contra a pandemia, mais prudente, a covid-19 vai prolongar-se no tempo. Com as medidas de confinamento, a nossa autonomia fica enfraquecida perante a necessidade de defender o bem público.

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Jorge Soares é presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida desde 2016 Ricardo Lopes

Quando a ciência ainda é escassa e há um considerável desconhecimento sobre a covid-19, as medidas que são tomadas em contexto de emergência aconselham prudência e um constante acompanhamento da evolução da pandemia, afirma nesta entrevista Jorge Soares, presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. O valor da precaução na gestão da crise de covid-19 foi um dos pontos defendidos pelo parecer assinado por 20 conselheiros e divulgado a 2 de Abril: “A reflexão ética ajuda sobretudo a que as decisões possam ser compreendidas pelos cidadãos. A compreensão e a confiabilidade são factores muito importantes para que as pessoas se comportem da maneira esperada e socialmente correcta.” O médico anátomo-patologista, também consultor da Fundação Gulbenkian, acrescenta que tem um grande respeito pelos políticos que assumem riscos sem grandes loucuras.

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Quando a ciência ainda é escassa e há um considerável desconhecimento sobre a covid-19, as medidas que são tomadas em contexto de emergência aconselham prudência e um constante acompanhamento da evolução da pandemia, afirma nesta entrevista Jorge Soares, presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. O valor da precaução na gestão da crise de covid-19 foi um dos pontos defendidos pelo parecer assinado por 20 conselheiros e divulgado a 2 de Abril: “A reflexão ética ajuda sobretudo a que as decisões possam ser compreendidas pelos cidadãos. A compreensão e a confiabilidade são factores muito importantes para que as pessoas se comportem da maneira esperada e socialmente correcta.” O médico anátomo-patologista, também consultor da Fundação Gulbenkian, acrescenta que tem um grande respeito pelos políticos que assumem riscos sem grandes loucuras.