Covid-19: mais 18 mortes e 306 casos em Portugal

Casos crescem 1,2%, mortes 1,8%. Desde o início do surto, 1007 pessoas morreram e foram contabilizados 25.351 casos. Lisboa e Vila Nova de Gaia continuam a ser os concelhos com maior número de infectados.

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O novo coronavírus já infectou 25351 pessoas em Portugal PAULO PIMENTA

 Portugal registou até esta sexta-feira 1007 mortes de covid-19, um aumento de 1,8% em relação às 989 confirmadas no dia anterior (mais 18 óbitos). Nas últimas 24 horas, foram detectados mais 306 casos, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 1,2%. Há 25.351 casos identificados desde o início do surto.

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 Portugal registou até esta sexta-feira 1007 mortes de covid-19, um aumento de 1,8% em relação às 989 confirmadas no dia anterior (mais 18 óbitos). Nas últimas 24 horas, foram detectados mais 306 casos, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 1,2%. Há 25.351 casos identificados desde o início do surto.

Os números, divulgados esta sexta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), dão conta de 892 pessoas internadas, uma diminuição de 7,9% em relação a quinta-feira (menos 76 internados). Dos doentes internados, 154 estão nos cuidados intensivos (menos 18 do que no dia anterior).

O risco de transmissibilidade de covid-19, o número médio de contágios por cada infectado (Rt), foi de 0,92  entre 23 e 27 de Abril, com variações mínimas entre regiões, disse a ministra da Saúde na habitual conferência de imprensa para balanço da situação epidemiológica.​

O primeiro-ministro já tinha revelado este dado na quinta-feira, mas agora Marta Temido especificou que Lisboa e Vale do Tejo está também com um Rt de 0,92, depois de nos cinco dias anteriores ter atingido 1,2, o que significava que cada doente podia contagiar mais de uma pessoa, em média. 

Agora, observa-se uma “variação muito ligeira entre regiões”, registando-se o tal 0,92 tanto no Norte como em Lisboa e Vale do Tejo.

Há 3828 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 29.756 estão sob vigilância das autoridades de Saúde. O número de pessoas recuperadas subiu para 1647 (mais 128 que no dia anterior). Uma pessoa é considerada “curada” depois dois testes negativos.

Nas mortes, 878 das 1007 vítimas estão acima dos 70 anos, cerca de 87%. O relatório dá ainda conta da morte de 88 pessoas que tinham entre 60 e 69 anos; 31 com idades entre os 50 e 59 anos; e 10 pessoas entre os 40 e os 49 anos (cinco mulheres e cinco homens).

A taxa de letalidade situa-se agora nos 4% mas sobe para 14,2% nos doentes com mais de 70 anos, contabilizou a ministra da Saúde. “Continuamos a ter 86% dos casos confirmados em casa" enquanto e 3,5% estão internados”. Destes, 2,9% estão internados em enfermarias e 0,6% em cuidados intensivos, acrescentou Marta Temido, notando que há agora menos 18 doentes em estado grave nas unidades de cuidados mais diferenciados.

A região Norte continua a ser a que concentra o maior número de casos, com 15.231 pessoas infectadas e 578 óbitos – 60% da totalidade dos casos e 57,4% das mortes. A segunda região mais afectada é a de Lisboa e Vale do Tejo, com 5939 casos confirmados e 202 vítimas mortais. A região Centro tem 3419 casos registados e 201 mortes, seguida da região do Algarve, com 331 infectados e 13 óbitos. O Alentejo assinala até esta sexta-feira 218 casos e uma morte. Os Açores e a Madeira são as regiões com menor número de casos, com 127 e 86, respectivamente. A Madeira é a única região sem mortes registadas.

Lisboa voltou a ser o concelho com maior número de casos (1496), seguido de Vila Nova de Gaia (1404) e do Porto (1236). Há outros três concelhos com mais de mil casos identificados: Matosinhos (1142), Braga (1079) e Gondomar (1010).

Questionada sobre a discrepância de alguns dos números de casos por concelho de uns boletins para outros, Graça Freitas realçou que estes dados devem ser assumidos como “indicativos” da situação epidémica no país. A directora-geral da Saúde lembrou que a recolha de todos os dados em poucas horas é um “trabalho complexo”, que requer o cruzamento de informação de vários serviços, e que isso pode levar a algumas imprecisões.

Graça Freitas explicou que os dados mais importantes e completos são os recolhidos pelas autoridades de saúde locais, que conhecem melhor a realidade dos doentes e da situação dos seus concelhos, e que é a partir dessa informação que são feitas algumas correcções dos boletins.

Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os números são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 85% dos casos confirmados.

Na quinta-feira, Portugal tinha registado um total de 986 mortes e 25.045 casos de infecção.

Manter risco de contágio num nível “considerado aceitável"

A ministra da Saúde sublinhou que “a política de saúde em termos de controlo da epidemia vai “continuar a ter dois objectivos essenciais”. Por um lado, o de reduzir a mortalidade e a gravidade da epidemia, e, por outro, o de controlar a transmissão de covid-19 de forma a que o surto epidémico se mantenha num nível “considerado aceitável”, com o risco de transmissão de um caso de infecção para outros casos a permanecer “relativamente contido”.

Para conseguir concretizar estes objectivos, continuará a ser “focada a atenção” sobretudo em populações e em locais específicos de maior risco, sublinhou Marta Temido, acrescentando que também está em constante preparação e abastecimento a reserva estratégica do país.

Marta Temido explicou que o dever de recolhimento se mantém, agora um dever "cívico”, e que as pessoas apenas devem sair de casa e deslocar-se quando estiverem em causa motivos que o justifiquem. “O ambiente em que entramos, do estado de emergência para estado de calamidade, é um ambiente de algum alívio de algumas medidas, mas não se espera que na segunda-feira os portugueses saiam à rua como se não estivéssemos debaixo de uma situação epidémica”. Lembrou ainda que o incumprimento se mantém “como um incumprimento geral” e que a desobediência a uma autoridade de saúde pública continua a ser punida. “A DGS [Direcção-Geral da Saúde] tem um poder de autoridade que tem de ser respeitado”, enfatizou.

Doentes tratados em casa precisam de um teste com resultado negativo

Graça Freitas disse que o número de testes com resultado negativo necessários para um doente ser considerado “recuperado” está dependente da gravidade da infecção. A directora-geral explicou que são seguidas as instruções do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, sigla em inglês), para além de um conjunto de especialistas em Portugal que são consultados em diversas matérias.

As indicações que estão a ser seguidas têm em consideração a distinção do ECDC: doentes que tenham sintomas ligeiros ou moderados e que são sempre tratados em casa necessitam apenas de um teste com resultado negativo, uma vez que à partida têm um “número menor de partículas virais”; outros mais graves e que necessitem de internamento hospitalar, precisam de ter dois testes com resultado negativo para serem confirmados como “curados”.

Graça Freitas realçou que alguns países europeus não chegam sequer a testar os doentes tratados em casa, mas que Portugal mantém essa regra, realizando um teste 14 dias depois do diagnóstico.