O 25 de Abril subiu ao terraço do Lux-Frágil e respirou-se liberdade

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Muitas imagens artísticas do 25 de Abril em Lisboa a deixarem rasto, sendo difundidas pelas diversas plataformas da internet. O artista Vhils a fazer aparecer, com a sua técnica habitual, Zeca Afonso nas paredes da sua casa. O músico Branko a actuar numa Avenida da Liberdade deserta, na companhia de Dino d’ Santiago. E também o Lux-Frágil a conceber um acontecimento (Uma máscara não é uma mordaça, nunca), numa transmissão directa, durante toda a tarde, via YouTube, Facebook e Instagram, de várias actuações de DJs (Tiago, DJ Al, Pedro Ramos ou Rui Vargas), mediados por actos performativos.

Foi a partir do terraço do espaço da zona de Santa Apolólia que a performance aconteceu, com música de dança a ser complementada com muitas passagens por Zeca Afonso, Amália Rodrigues, Pop Dell Arte e até ópera, num guião ecléctico, mas de predominância electrónica. O que também não faltou foram palavras de ordem, erguidas em cartazes, alguns referentes à época revolucionária, outros com alusões ao presente.

Uma actualidade feita de inúmeras dúvidas e perplexidades, com a democracia e a liberdade a serem postas em causa em várias partes do mundo, servindo a data para reafirmar o papel desses ideais na nossa vida em comunidade, principalmente em tempo de vírus. Ao longo da fase de isolamento social o Lux-Frágil tem concretizado uma série de acções nas suas plataformas digitais, e assim continuará a ser, até que o espaço possa ser reaberto. Algo que é muito ansiado pelos responsáveis pelo lugar, mas também pelos habituais frequentadores.

Enquanto no terraço se difundia música com o Tejo em fundo, cá em baixo, no espaço exterior, num parque de estacionamento deserto, algumas pessoas foram-se juntando espontaneamente e dançando, mas cumprindo com as normas de distanciamento social. Foi um 25 de Abril diferente. Talvez o mais emocional dos últimos anos. As ruas estiveram quase desertas, mas a ressonância de alguns acontecimentos chegou a muitas casas. V.B.