Apoio de emergência: Gulbenkian atribui 1,5 milhões a mais de 1500 agentes culturais

Fundo criado no final de Março face ao impacto da pandemia da covid-19 no sector teve reforço de 500 mil euros. Música e teatro entre os mais beneficiados. Mais de 200 mil euros atribuídos no Concurso Novos Criadores em Cinema Dança e Teatro.

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Ensaio da ópera Émilie, na Gulbenkian Miguel Manso

A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou esta terça-feira os resultados do concurso de emergência lançado a 30 de Março para apoiar profissionais da cultura afectados pela paralisação do sector devido à pandemia da covid-19. Foram beneficiados “mais de 1500 agentes culturais” e a verba disponível para o concurso aumentou em 500 mil euros. Um bolo de 1,5 milhões de euros vai ser distribuído entre agentes individuais e estruturas artísticas nas áreas da música, dança, teatro ou artes visuais.

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A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou esta terça-feira os resultados do concurso de emergência lançado a 30 de Março para apoiar profissionais da cultura afectados pela paralisação do sector devido à pandemia da covid-19. Foram beneficiados “mais de 1500 agentes culturais” e a verba disponível para o concurso aumentou em 500 mil euros. Um bolo de 1,5 milhões de euros vai ser distribuído entre agentes individuais e estruturas artísticas nas áreas da música, dança, teatro ou artes visuais.

Os apoios, diz a fundação num comunicado enviado esta terça-feira às redacções, assumirão a “a forma de uma reposição parcial dos rendimentos perdidos, contribuindo para fazer face a despesas de subsistência” destes artistas e estruturas que operam agora num terreno ainda mais instável do que o que habitualmente pisam os agentes culturais. Os valores serão distribuídos nas seguintes proporções: entre os agentes individuais, “32,3% [são entregues] na área da música, 16,7 % na área da dança, 30,9% do teatro, 17,9 % das artes visuais e 2,2% de outras áreas”, diz a entidade; quanto às estruturas artísticas “16% [são entregues] na área da música, 15,1% na área da dança, 37,8% do teatro, 8,4% das artes visuais e 22,7% de outras áreas”. Os contemplados foram já contactados pela fundação na segunda-feira, não estando disponível publicamente uma lista de todos os beneficiados.

Com salas de espectáculos fechadas, actuações canceladas ou suspensas e produções congeladas, justifica-se “esta inédita intervenção de emergência”, diz a presidente da fundação, Isabel Mota, citada na nota. “A fundação não seria a mesma sem a comunidade de artistas portugueses com quem, ao longo dos anos, foi construindo relações de confiança recíproca.”

A fundação comunicou assim os resultados de um concurso que decorreu entre 30 de Março e 6 de Abril e que diz respeito a uma linha de apoio que decorre do Fundo de Emergência de cinco milhões de euros a distribuir por várias áreas criado pela fundação em resposta às perturbações criadas pelo novo coronavírus no tecido social, científico ou cultural. Os apoios foram agora aprovados pelo Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, com um reforço de 50% do montante que inicialmente tinha sido destinado à linha de emergência e confirmado em Março ao PÚBLICO como sendo de cerca de um milhão de euros.

Entre os critérios de selecção, e além das condições de candidatura já conhecidas, foram tidos em conta “factores de igualdade de género e de distribuição regional, incluindo a situação daqueles que exercem a sua actividade profissional há menos tempo” diz a fundação. Os apoios foram atribuídos tanto a artistas quanto a técnicos.

Entretanto, a Gulbenkian tinha também concursos a decorrer antes da eclosão da pandemia e anunciou esta terça-feira os resultados do Concurso Novos Criadores em Cinema Dança e Teatro, no âmbito do qual fica agora a saber-se que serão atribuídos “mais de 200 mil euros a 46 projectos” naquelas áreas, detalhando a fundação que “foi dada prioridade a criadores em início de carreira ou que se encontrem a iniciar um novo eixo de intervenção no seu percurso artístico, bem como a criadores no exercício de abordagens artísticas consideradas inovadoras”.