Presidente garante que dados divulgados sobre covid-19 são fiáveis e sublinha “união” dos portugueses

Marcelo Rebelo de Sousa revelou que epidemiologistas estimam que o pico da doença em Portugal se vai deslocar para lá de 14 de Abril. E garantiu que a renovação do estado de emergência será tomada depois de nova reunião técnica a fazer no final do mês.

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Presidentes da República e do parlamento e primeiro-ministro à saída da sessão técnica LUSA/RODRIGO ANTUNES

O Presidente da República garante que todos os números de casos de covid-19 que têm sido divulgados pela Direcção-Geral de Saúde estão correctos e são os fiáveis, recusando afirmações em contrário. Marcelo Rebelo de Sousa defende que “tem havido uma preocupação constante de verdade”, assegura que “ninguém quer mentir a ninguém e os especialistas dão todos os dados disponíveis” e que os números divulgados “têm adesão à realidade”. “Os novos casos são os casos testados, os internados, internados nos cuidados intensivos e os óbitos, infelizmente, são os que estão a ser divulgados”, afirmou.

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O Presidente da República garante que todos os números de casos de covid-19 que têm sido divulgados pela Direcção-Geral de Saúde estão correctos e são os fiáveis, recusando afirmações em contrário. Marcelo Rebelo de Sousa defende que “tem havido uma preocupação constante de verdade”, assegura que “ninguém quer mentir a ninguém e os especialistas dão todos os dados disponíveis” e que os números divulgados “têm adesão à realidade”. “Os novos casos são os casos testados, os internados, internados nos cuidados intensivos e os óbitos, infelizmente, são os que estão a ser divulgados”, afirmou.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no final de uma sessão com apresentações técnicas sobre a “Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”, uma iniciativa do Governo que contou ainda com a presença do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro, António Costa, dos líderes dos partidos com assento parlamentar, das confederações patronais e das estruturas sindicais, que decorreu no Infarmed, em Lisboa, esta terça-feira de manhã durou mais de três horas.

Em declarações após o briefing, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se também confortável com a prática de testes que está em curso no país. “Foi ali explicado que a realização de testes universais tem desvantagens, como a falsa sensação de segurança que pode dar às pessoas testadas, porque no dia seguinte, em qualquer momento, podem ser contaminadas”, respondeu aos jornalistas, que perguntavam porque não estava a ser aplicada a recomendação da Organização Mundial de Saúde sobre “testar, testar, testar”.

“Nós vamos aperfeiçoando selectivamente o alargamento dos testes”, limitou-se a dizer e a repetir.

O chefe de Estado afirmou ainda que os epidemiologistas explicaram que o pico da doença pode vir a ser “um bocadinho mais tarde” do que 14 de Abril, como tinha sido previsto, porque “a pressão da mola” - leia-se, as medidas de contenção da doença – está a fazer com que o crescimento esteja a ser menor do que o estimado. 

“Não é possível fazer previsões certas”, disse, mas estimou, mesmo assim, que venha a acontecer na semana da Páscoa. E adiantou que deverá haver outra reunião do mesmo género no final do mês, até para ajudar à decisão de renovar, ou não, o estado de emergência.

“Sabem que no dia 2 de Abril cessa a vigência do estado de emergência e coloca-se a questão da sua renovação ou não. Faz sentido uma ponderação conjunta dos responsáveis políticos com os especialistas no domínio da saúde”, defendeu. Para lá do estado de emergência, acrescentou, “haverá outras decisões que justificam a periodicidade das reuniões”.

Marcelo quis também passar uma mensagem de união e esperança. Considerou que a sessão técnica sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal contribuiu para “cimentar um espírito de coesão e de unidade” entre responsáveis políticos e que há razões para esperança: “Estamos todos a remar para o mesmo lado”, sublinhou.

E afirmou que, apesar de tudo, saiu menos preocupado do briefing por três motivos: “Estamos mais unidos, vai havendo mais informação da parte dos especialistas e os portugueses estão a fazer com que a curva não seja a curva de outros países”, justificou.

Rio: o “equilíbrio dramático”

Logo a seguir, o líder do PSD, Rui Rio, mostrou-se preocupado com os efeitos da pandemia na economia. “Para a economia é que esta situação é muitíssimo complicada. Quanto melhor para a saúde pior para a economia. E isso é dramático para equilibrar”, disse aos jornalistas à saída do encontro.

Questionado sobre a renovação do estado de emergência, considerou prematuro: “Durante este primeiro período do estado de emergência é ir monitorizando, não vale a pena fazer variações. Quando chegar ao fim temos de avaliar se devemos renovar, é muito difícil que não se tenha de renovar”, afirmou.

O líder do PSD apelou a que os portugueses “cumpram o que está determinado e fiquem em casa”. “Estamos a ganhar ao vírus, às estamos a ganhar à custa de dificuldades económicas enormes”, acrescentou, defendendo a realização de um maior número de testes possível: “Quanto mais testes melhor, quanto mais cedo se identificar, mais cedo se consegue isolar essa pessoa”.