Isto não é uma guerra e espalhar o pânico é um erro

Utilizar a bomba atómica da contenção radical pode matar o vírus, mas também provoca a destruição total da economia. A médio prazo, isso pode matar tanto ou mais que a covid-19.

Nós não estamos em guerra, e por respeito a todas os que sabem aquilo que uma guerra é, sugiro que comecemos por não infectar o vocabulário com o vírus do nosso medo. Há uma diferença gigantesca entre apelar à prudência e inteligência da população e desatar a pôr o país inteiro em polvorosa, como se estivéssemos na antecâmara do apocalipse. Calma. O país estava (e está) manifestamente impreparado para combater o coronavírus, e ele irá causar muitos milhares de mortos. Mas nada justifica a estúpida ciclotimia que leva cada português a saltar do encolher de ombros (“isto não tem perigo nenhum”) ao grito de pânico (“é o princípio do fim do mundo!”), turbinada pela ausência de uma estratégia clara de acção por parte do Estado.

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Nós não estamos em guerra, e por respeito a todas os que sabem aquilo que uma guerra é, sugiro que comecemos por não infectar o vocabulário com o vírus do nosso medo. Há uma diferença gigantesca entre apelar à prudência e inteligência da população e desatar a pôr o país inteiro em polvorosa, como se estivéssemos na antecâmara do apocalipse. Calma. O país estava (e está) manifestamente impreparado para combater o coronavírus, e ele irá causar muitos milhares de mortos. Mas nada justifica a estúpida ciclotimia que leva cada português a saltar do encolher de ombros (“isto não tem perigo nenhum”) ao grito de pânico (“é o princípio do fim do mundo!”), turbinada pela ausência de uma estratégia clara de acção por parte do Estado.