Não há planeta B: lê um capítulo do livro com “dicas e truques para um ambiente sustentável”

Não há planeta B — dicas e truques para um ambiente sustentável é o novo livro de Carmen Lima, editado pela Saída de Emergência. Chega às livrarias a 13 de Março.

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Arnaud Mesureur/Unsplash

Escritórios mais verdes

À semelhança da casa, o local de trabalho deverá reflectir conforto, pelo que é fundamental garantir o cumprimento dos requisitos adequados às necessidades de ventilação e aquecimento dos escritórios, bem como manter a salubridade dos espaços e dos sistemas de ar condicionado para minimizar os impactos na saúde. Esta situação poderá ser controlada se tiver capacidade de gerir o seu local de trabalho e intervir na manutenção do mesmo. No entanto, o recurso cada vez mais frequente a espaços partilhados em open space não contribui para os níveis de conforto dos trabalhadores, na medida em que, por exemplo, a existência de sistemas de refrigeração centralizados, que determinam previamente as temperaturas de conforto médias, acabam por não estar ajustados a todos os colaboradores, pelo que vai sempre existir alguém que vai sentir frio enquanto outros sentem calor.

Por outro lado, a iluminação não regulada e a proliferação de sistemas reflectores (como janelas ou ecrãs) poderá contribuir para a fadiga dos utilizadores daqueles espaços e, consequentemente, para o mal-estar dos mesmos.

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Os factores de risco nos locais de trabalho (escritórios) poderão ser:

  • ambientais (iluminação, temperaturas e ruído);
  • organizacionais (monotonia, stress com prazos ou trabalhos complexos);
  • ergonómicos (mobiliário inadequado);
  • pessoais (falta de visão, volume corporal, idade, etc.).

Neste sentido, em cada posto de trabalho deverão ser controlados os níveis de conforto para evitar estes sintomas. Geralmente, os efeitos incómodos manifestam-se em fadiga e desconforto provocados pela necessidade de concentração mental, monotonia e poucas pausas, intensidade e grau de foco exigido aos nossos olhos e posições estáticas, como seja em frente ao computador. Estas situações podem provocar, a curto e médio prazo, lesões musculoesqueléticas (lombalgias, problemas na postura, entre outras), ou até mesmo afectar a visão (dor nos olhos, olhos vermelhos, sensibilidade à luz, entre outros).

Como promover a saúde dos espaços?

A saúde dos locais de trabalho poderá ser melhorada garantindo o conforto térmico e acústico, bem como a qualidade dos espaços a nível de materiais. Assim, de modo a promover o conforto no trabalho, deveríamos ter em consideração algumas das seguintes recomendações:

  • trabalhar numa mesa equilibrada com computador, cadeira e outros utensílios que auxiliem a execução do trabalho, um ecrã com dimensão adequada ao tipo de funções que exerce.
  • possibilidade de reajustar o brilho e o contraste para cada trabalhador, sem reflexos no visor causados por elementos reflectores, como janelas ou fontes de luz.
  • possibilidade de ajustar a altura de ecrã ao ângulo (15 a 20 graus abaixo do nível dos olhos), caso contrário assumem-se posições de esforço.
  • se trabalhar com o computador deverá usar o teclado de forma separada do ecrã. Caso trabalhe com um portátil, deverá tentar usar mecanismos que lhe permitam trabalhar separadamente, ou ligá-lo a um teclado ou a um ecrã, por forma a garantir uma protecção da sua postura.
  • evitar a secura dos olhos, pestanejando a cada 15 minutos durante alguns segundos por forma a garantir a humidade lacrimal.
  • evitar a incidência directa do ar condicionado ou de ventiladores de modo a prevenir alergias e a secura lacrimal.
  • tente diversificar as actividades realizadas durante o dia e evitar permanecer muito tempo sentado ou de pé, intercalando com pausas para exercitar o corpo e descansar a mente.
  • procure realizar vigilância médica e rastreio ocular para garantir que o seu posto de trabalho não lhe está a provocar nenhuma lesão.
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