Coronavírus: Hospital de São João vai montar hospital de campanha do INEM

Hospital de campanha servirá para fazer face ao aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus, já que estão no São João grande parte dos 21 registados no país até este sábado.

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paulo pimenta/arquivo

Um hospital de campanha do INEM vai ser montado, durante a noite deste sábado, junto ao serviço de urgência do Hospital de São João, no Porto, segundo apurou o PÚBLICO.

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Um hospital de campanha do INEM vai ser montado, durante a noite deste sábado, junto ao serviço de urgência do Hospital de São João, no Porto, segundo apurou o PÚBLICO.

Fonte do Centro Hospitalar explica que se considerou necessário, para fazer face ao aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus, já que estão no São João uma parte significativa dos 21 casos registados no país até este sábado — e a estes é preciso somar os casos suspeitos que aguardam confirmação em isolamento. 

A infra-estrutura será montada no perímetro do Hospital de São João, desconhecendo-se ainda se será numa tenda ou em contentores, assim como o local concreto, a capacidade e até quando poderá entrar em funcionamento.

Na segunda-feira à noite, quando havia apenas dois casos confirmados, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou que os hospitais do Porto tinham esgotado a sua capacidade para acolher casos confirmados e suspeitos, mas no dia seguinte a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que os hospitais de São João e Santo António mantinham “a sua capacidade de resposta", reforçando que existem duas mil camas preparadas no país.

Na sexta-feira, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) informou que vai ceder um hospital de campanha ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a pedido da unidade, para o caso de ser necessário isolar doentes infectados pelo novo corona vírus de outros doentes.

O presidente da CVP, Francisco George, disse hoje à Lusa que a CVP acedeu a um pedido feito pela administração do Hospital de Santa Maria, para “fins de isolamento, no caso de ser necessário”, de doentes infectados pelo novo corona vírus, que causa a doença Covid-19.

Em conferência de imprensa este sábado, Marta Temido referiu que “em articulação com as autoridades de saúde e com o São João” optaram pela instalação de um hospital de campanha no perímetro do Hospital de São João para, no caso de ser necessário os doentes, muitos deles com ligação ao cluster no Norte (originado por um único doente que contagiou nove pessoas, sendo que uma delas já contagiou entretanto outra pessoa), realizarem exames “possam fazê-lo sem uma perturbação adicional”.

“Tomámos estas medidas nesta região em função deste cluster. Uma opção deste tipo noutros sítios provavelmente não se justificará, mas depois avaliaremos. Queremos estar preparados para os casos que venham a ser validados e depois precisem de ser testados e ter uma resposta célere que permita o encaminhamento adequado”, acrescentou a ministra da Saúde.

Este sábado, Marta Temido anunciou que o surto de covid-19 em Portugal vai obrigar a tomar medidas de contenção como o fecho de escolas e mesmo proibição temporária de visitas a lares, hospitais e prisões da região Norte, já a partir de domingo, para retardar ao máximo a evolução do surto. A ministra da Saúde explicou ainda que, tendo em conta os casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e os casos suspeitos que aguardam confirmação, “o risco será reavaliado nas próximas horas” e que “se o surto evoluir, todos os hospitais do Sistema Nacional de Saúde serão activados” para dar resposta à epidemia. 

Questionada sobre o número de camas e profissionais disponíveis, Marta Temido afirmou que “a capacidade de resposta irá sendo dinamicamente ajustada àquilo que sejam as necessidades”, estando prevista a possibilidade de recorrer a outros sectores, como o terceiro sector e o sector privado “que já manifestaram a sua disponibilidade e terão um papel muito importante no acompanhamento” da situação.

Portugal registou os dois primeiros casos de infecção na segunda-feira, dia 2 de Março, ambos casos importados, em que os doentes tinham estado no estrangeiro. Nas últimas duas semanas a situação na Europa agravou-se sobretudo com o surto em Itália.

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