Estudantes criam campanha para lembrar que “o machismo mata mais do que a Covid-19”

Dois estudantes espanhóis manipularam capas de jornais para os pôr a falar de violência doméstica. Desde o início do ano morreram 11 mulheres assassinadas pelos parceiros em Espanha.

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Uma manchete bombástica: “Uma mulher de 28 anos de Esplugues de Llobregat é a primeira vítima mortal do vírus em Espanha.” Mas o vírus na capa falsa do El País não é o SARS-CoV-2, que desde Dezembro tem usurpado manchetes pelo mundo todo. E, em Espanha, não há registo de mortes causadas pela Covid-19, que vitimou mais de 3200 pessoas. “Na realidade, a vítima foi assassinada pelo seu parceiro. Tranquilo, podes continuar a preocupar-te com o coronavírus.”

Dois estudantes espalharam mais de 50 capas de dez jornais espanhóis falsas pelas ruas de Madrid, a 18 de Fevereiro. Embora as primeiras páginas do El País, 20 minutos ou La Vanguardia tenham sido manipuladas, as histórias de mulheres assassinadas pelos companheiros são reais.

Para uma das aulas da escola Brothers Madrid, Nacho Pérez, de 25 anos e Marcos Noguero, de 27, tinham de criar uma campanha de consciencialização. “O coronavírus não sai da televisão, existe um alarme social enorme mas em Espanha está muito controlado. Ao mesmo tempo, em 2020 já 11 mulheres foram assassinadas por violência machista, 1044 desde que existem dados oficiais”, explica Nacho Pérez ao El País. Eram dez mortes quando a campanha começou.

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As capas que imitam jornais espanhóis estão a ser muito partilhada no Twitter e no Instagram, através da hashtag #ElMachismoEsUnVirus

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