Ministro diz que relatório da IGAI não encontrou falhas no caso da Venezuela

“Não houve nenhuma violação de regras de segurança” na TAP ou no aeroporto de Lisboa no voo para Caracas, assegurou Eduardo Cabrita.

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Juan Guaidó é o principal opositor político de Nicolás Maduro EPA/Miguel Gutierrez

Nem a TAP nem o aeroporto de Lisboa tiveram qualquer falha nos procedimentos de segurança no voo que levou o Governo venezuelano a suspender as ligações entre os dois países, durante 90 dias. A garantia foi dada este sábado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em declarações à RTP, após ter recebido o relatório da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI).

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Nem a TAP nem o aeroporto de Lisboa tiveram qualquer falha nos procedimentos de segurança no voo que levou o Governo venezuelano a suspender as ligações entre os dois países, durante 90 dias. A garantia foi dada este sábado pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em declarações à RTP, após ter recebido o relatório da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI).

“Os resultados preliminares que acabei de receber desse relatório são muito claros ao indicar que, no aeroporto de Lisboa, na actuação quer das autoridades aeroportuárias, quer da companhia aérea TAP, não houve nenhuma violação de regras de segurança”, afirmou Eduardo Cabrita.

A averiguação dos factos tinha sido solicitada pelo próprio ministro, no passado dia 14, “face às declarações das autoridades venezuelanas, referindo uma alegada falha de segurança num voo com origem em Lisboa”.

Na véspera, o executivo de Nicolás Maduro acusara a TAP de ter violado “padrões internacionais”, ao permitir, segundo Caracas, o transporte de explosivos e ocultado a identidade do principal líder da oposição, Juan Guaidó, num voo para a capital venezuelana.

Conforme escreveu a Lusa, Caracas acusou ainda o embaixador português, Carlos Sousa Amaro, de interferir nos assuntos internos da Venezuela ao interceder pelo tio de Juan Guaidó, Juan Marquez, preso na terça-feira anterior após aterrar no mesmo voo da TAP, acusado de transportar explosivos.

Como sanção, os voos ficaram suspensos durante 90 dias, dificultando a circulação das pessoas entre os dois países, com destaque para a comunidade portuguesa radicada naquele país

A atitude do Governo de Maduro foi logo criticada pelas autoridades portuguesas, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a classificar a medida de “inamistosa” e “injustificável”, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a afirmar que a situação era “inaceitável, incompreensível e inadmissível”.

Na passada quinta-feira, na apresentação de resultados da TAP, o presidente executivo da transportadora aérea portuguesa já tinha afirmado que a empresa analisara os procedimentos do voo ligado à suspensão e que não se verificara nenhuma falha.

Antonoaldo Neves adiantou ainda que a factura para a empresa será de dez milhões de euros, devido às indemnizações por cancelamentos de voos e transferências de passageiros para outras companhias, mas acrescentou que este episódio deixa também um “impacto negativo na marca” da TAP e na percepção externa de Portugal.

A TAP estava a voar duas vezes por semana para Caracas, às terças e aos sábados, uma rota que existe desde Abril de 1976.

Desde Setembro de 2017, os voos estavam a ser assegurados pela Euroatlantic, através de um regime de ACMI (Aircraft Crew Maintenance Insurance), que envolve o outsourcing da operação, com contratação de avião e respectiva tripulação.