Congelar rendas é solução para Berlim, mas não para Lisboa, avisa Costa

“Já passámos por esta experiência de congelar as rendas durante 40 anos, e é uma solução muito má para a preservação e renovação da cidade”, considera o primeiro-ministro.

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Questão das rendas especuladas em Lisboa é “muito sensível” para o Primeiro-Ministro LUSA/Paulo Cunha

O primeiro-ministro não considera que a solução adoptada em Berlim, de congelar as rendas à habitação por cinco anos, seja viável em Lisboa. Em entrevista à Bloomberg, esta quinta-feira, António Costa caracteriza a situação das rendas na capital como “muito sensível”.

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O primeiro-ministro não considera que a solução adoptada em Berlim, de congelar as rendas à habitação por cinco anos, seja viável em Lisboa. Em entrevista à Bloomberg, esta quinta-feira, António Costa caracteriza a situação das rendas na capital como “muito sensível”.

“Já passámos por esta experiência de congelar as rendas durante 40 anos, e é uma solução muito má para a preservação e renovação da cidade”, considera o primeiro-ministro, na conversa que decorreu no Palácio de São Bento. António Costa admite que em Berlim a medida possa dar resultado, mas que “há muitas ferramentas além disso” para evitar a especulação.

Costa sublinhou ainda a grande rapidez com que Lisboa passou de um mercado regulado para um completamente liberalizado, e defendeu que é “necessário dar maior confiança aos proprietários e aos mercados”. O primeiro-ministro sublinha que o problema no mercado imobiliário é global e vai para lá das capitais portuguesa e alemã: “Com taxas de juro tão baixas, o imobiliário é um refúgio para os investidores.”

A Bloomberg enquadra as declarações de António Costa com um retrato do mercado imobiliário lisboeta, cujos edifícios, refere, “tiveram pouco investimento” durante o período em que as rendas estiveram congeladas, registando uma subida até à quase duplicação dos preços, desde 2012. 

Berlim aprovou em Janeiro o congelamento de rendas, depois de um pico de aumento devido à entrada de investidores e ao crescimento populacional na cidade. As mudanças devem entrar em vigor já no fim deste mês.

Esta segunda-feira, o PÚBLICO publicou um estudo em que compara os problemas de acesso à habitação em três grandes cidades europeias que ilustram a situação a nível europeu: Lisboa, Berlim e Barcelona. As conclusões deram conta de que é mais difícil arrendar casa em Lisboa do que na cidade espanhola e na capital alemã.

Texto editado por Mariana Adam