Em Lisboa, há um mundo de sabores asiáticos no Soão para celebrar o Novo Ano chinês

O Ano Novo chinês começou a 25 de Janeiro, mas os festejos prolongam-se até 8 de Fevereiro. Até lá, no Soão, em Lisboa, há pratos que celebram a inteligência e o talento do rato de metal.

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Podemos ficar descansados: não há pratos com o roedor. Mas há, em cada proposta idealizada para celebrar o ano do rato de metal (é mesmo esta a designação oficial neste horóscopo), talento e inteligência de sobra, com uma explosão de sabores que nos faz viajar pela Ásia.

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Podemos ficar descansados: não há pratos com o roedor. Mas há, em cada proposta idealizada para celebrar o ano do rato de metal (é mesmo esta a designação oficial neste horóscopo), talento e inteligência de sobra, com uma explosão de sabores que nos faz viajar pela Ásia.

Afinal, é esse o conceito do Soão, aberto desde 2018 no número 100 da avenida de Roma, mesmo ao lado do Cinema City Alvalade. Reúne a gastronomia asiática, com propostas que percorrem o grande continente, da China à Coreia, do Japão ao Vietname e mais além. No total, “num só espaço, há receitas inspiradas na cultura gastronómica de oito países asiáticos”, referem em comunicado.

Para a ementa especial do Ano Novo chinês, cujas festividades decorrem, este ano, entre os dias 25 de Janeiro e 8 de Fevereiro e que culminam no Festival das Lanternas, realizado na primeira noite de Lua cheia no calendário chinês, a inspiração vem sobretudo deste país, proporcionando uma viagem sensorial por um território que, devido ao surto do coronavírus, está hoje mais longe da Europaas agências de viagens têm vindo a cancelar as incursões à China e várias companhias aéreas europeias determinaram o cancelamento provisório das rotas.

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O restaurante Soão abriu em 2018 Paulo Barata

Longe da China, porém, à mesa do Soão, o território chega-nos através dos aromas e sabores idealizados pelo chefe Luís Cardoso, num menu de quatro propostas (39 euros). A começar por uma salada da prosperidade, designada de Yu Sheng. Originário da província de Guangdong (Cantão), o prato desenha-se com uma variedade de sashimis, legumes, picles e molhos. Na tradição chinesa, o Yu Sheng é para ser partilhado em família, com cada membro a atirar a salada o mais alto possível, com ajuda dos hashis: quanto mais alto a salada chegar, melhor correrá o ano.

No Soão, não nos atrevemos a atirar a salada, mas dedicamo-nos a misturar os vários componentes da forma mais aleatória possível, transformando uma pintura arrumada numa tela saída da imaginação dos expressionistas abstractos. Na boca, além de os vários ingredientes se derreterem, vão surgindo sabores, cada um com um toque mais impressionantes que o outro — ora se sente a frescura dos cítricos, ora o travo do peixe, ora o doce das líchias…

Segue-se um Pen Cai, um também tradicional hot pot chinês, no nosso caso com mariscos, peixes e legumes, unidos num caldo extremamente aromático, que pode ser ainda mais enriquecido ao juntar um pouco de pasta de miso, trazendo assim também o Japão para a mesa. No fim, a dica é para deitar o arroz no caldo e criar uma reconfortante canja.

Para acompanhar estas propostas, pode-se optar pelo cocktail Hóng Sè, criado especificamente para esta ocasião por Vasco Martins. O nome, Hóng Sè, que significa vermelho em mandarim, remete para a cor que traz sorte naquele país. Já o travo, que alia o gin Roku, Campari, baijiu de rosas Mei Kuei Lu, um toque de sabor a mar, zest de laranja e amor-perfeito, é forte e ao mesmo tempo envolvente. Uma solução não-alcoólica é o chá Mao Feng Imperial, um chá verde com origem na Montanha dos Nove Dragões, indicado por Sebastian Filgueiras, da Companhia Portugueza do Chá.