Orçamento é “uma desilusão” para directores das escolas

Investimento na eduação sobe 1% por comparação ao ano anterior.

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Directores esperavam mais do OE para 2020 LUSA/MÁRIO CRUZ

“Uma desilusão”. É assim que o presidente da Associação Nacional de Directores de Escolas Públicas, Filinto Lima, se refere à proposta de Orçamento de Estado para 2020, conhecida nesta segunda-feira, e onde o investimento na Educação sobe apenas 1% por comparação ao ano passado.

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“Uma desilusão”. É assim que o presidente da Associação Nacional de Directores de Escolas Públicas, Filinto Lima, se refere à proposta de Orçamento de Estado para 2020, conhecida nesta segunda-feira, e onde o investimento na Educação sobe apenas 1% por comparação ao ano passado.

“O programa do governo fazia prever um investimento forte na área da educação e não é nada disso que acontece”. Este dirigente espera, por isso, que o OE possa ainda sofrer “melhorias” na discussão na especialidade, nomeadamente para responder a problemas “urgentes”, como a necessidade de reforço do número de assistentes operacionais e de executar obras nas escolas, em especial para “acabar de uma vez por todas com o problema do amianto”.

Filinto Lima aponta também como prioridade investir na renovação do parque tecnológico das escolas como prioridade. “O parque informático está obsoleto, a rede Wi-Fi não é funcional”, ilustra.

Em comunicado, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) já fez saber que considera “inadmissível” o aumento de 1% previsto para a área. Este aumento “contrasta com o que acontece em outras áreas [como a Defesa, Segurança Interna e outras], já para não falar dos 600 milhões para o Novo Banco ou dos 0,2% de excedente orçamental (cerca de 400 milhões de euros), destinados a alimentar a gula da agiotagem internacional”, frisa ainda a Fenprof.

Na proposta de OE, por via dos chamados “ganhos de eficiência”, está creditada uma poupança de 20,7 milhões de euros para a Educação, dos quais 2,3 milhões são atribuídos ao aumento da “eficácia educativa”, derivada sobretudo da “diminuição do tempo médio de conclusão de cada ciclo de ensino”, que se ganhará com a redução dos chumbos.

Falando nesta terça-feira no Parlamento, Tiago Brandão Rodrigues negou, contudo, que o objectivo de acabar com as retenções “não é o de poupar dinheiro”. “O principal custo do insucesso é a desqualificação e iliteracia, que limita oportunidades e faz perdurar ciclos de pobreza e desigualdade. Este é o maior problema que se coloca à competitividade do país”, disse.