Outro amor de juventude

Mia Hansen-Løve dá um passo ao lado: Maya tem todas as suas marcas registadas, mas não resiste ao erro de casting.

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Maya é um passo em falso, ou melhor, um passo ao lado na carreira de Mia Hansen-Løve, que tínhamos deixado tão delicadamente em boa forma em O Que Está por Vir (2016). Não porque o filme se afaste muito da discrição frágil que é a marca registada da realizadora francesa — como nas suas cinco obras anteriores, Maya revela-se muito mais no que não se diz e no que se intui entre os acontecimentos — mas porque há uma sensação de que, à imagem da sua personagem principal (um repórter de guerra recém-saído de cativeiro como refém na Síria), o filme anda às voltas, à procura de algo que não chega a encontrar. Não tem de o fazer, e essa ideia de um parêntesis na vida real é aliás o centro do filme: Gabriel enfrentou uma situação-limite e quer “redescobrir” a vida, mas não sabe como, e regressa a Goa onde passou parte da infância em busca de uma qualquer resposta mágica.

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Maya é um passo em falso, ou melhor, um passo ao lado na carreira de Mia Hansen-Løve, que tínhamos deixado tão delicadamente em boa forma em O Que Está por Vir (2016). Não porque o filme se afaste muito da discrição frágil que é a marca registada da realizadora francesa — como nas suas cinco obras anteriores, Maya revela-se muito mais no que não se diz e no que se intui entre os acontecimentos — mas porque há uma sensação de que, à imagem da sua personagem principal (um repórter de guerra recém-saído de cativeiro como refém na Síria), o filme anda às voltas, à procura de algo que não chega a encontrar. Não tem de o fazer, e essa ideia de um parêntesis na vida real é aliás o centro do filme: Gabriel enfrentou uma situação-limite e quer “redescobrir” a vida, mas não sabe como, e regressa a Goa onde passou parte da infância em busca de uma qualquer resposta mágica.