Depressão que causou chuvas intensas em Espanha vai chegar a Portugal — mas não com a mesma força

A “gota fria” que já matou seis pessoas em Espanha deverá chegar a Portugal entre sábado e domingo. Traz consigo alguma chuva, rajadas de vento e trovoada, mas não na mesma escala do que aconteceu no país vizinho.

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Um túnel parcialmente inundado em Pilar de la Horadada, província de Alicante Reuters/Sergio Perez
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Uma zona de praia afectada pela "gota fria" em Los Alcazeres, em Múrcia Reuters/SERGIO PEREZ
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A barragem de Santomera, perto de Múrcia Reuters/RICARDO FEREZ GOMEZ
Gota fria
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Pilar de la Horadada, Alicante EPA/MORELL
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Torreaguera, Múrcia EPA/Marcial Guillén
Inundar
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Molina del Segura Reuters/REUTERS TV
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Ontinyent Reuters/BATALLETA

A depressão que já causou pelo menos seis mortes e deixou dezenas de desalojados em Espanha está a deslocar-se para Portugal, mas não vai chegar ao território nacional com a mesma força com que chegou ao país vizinho. Desde segunda-feira que a região do sudeste de Espanha tem sido assolada por chuvas torrenciais que deram origem a inundações, transbordo de rios e destruição de habitações e edifícios públicos.

Contactada pelo PÚBLICO, Ângela Lourenço, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explica que os efeitos desta depressão que os espanhóis apelidaram de “gota fria” deverão começar a sentir-se entre sábado e domingo, mas de uma forma gradual. “A partir de amanhã [sábado] poderão ocorrer alguma precipitação e aguaceiros em todo o território nacional, mas a probabilidade de ocorrência será mais alta no Interior Norte e Centro e mesmo no Alto Alentejo. Também prevemos a ocorrência de alguma trovoada e de rajadas de vento associadas a este tipo de tempo”, refere a meteorologista. 

No entanto, Ângela Lourenço ressalva que a severidade associada a esta depressão em Espanha não será a mesma que se fará sentir em Portugal. “Neste momento com a informação que temos disponível nada aponta para que seja tão intensa como foi ontem e hoje em Espanha”, explica. De acordo com a meteorologista, esta depressão tem como característica um padrão muito localizado e de curta duração em termos de precipitação, o que significa que, apesar de as previsões apontarem para que chova nas regiões do Norte e Centro, tal pode não chegar a acontecer ou acontecer de forma breve.

“O que prevemos para o final do dia de sábado e para domingo são situações em que pode chover durante dez ou 20 minutos com uma intensidade moderada, mas parar logo a seguir”, diz Ângela Lourenço. “Depois pode voltar a chover dali a duas horas ou não voltar a chover de todo porque entretanto a depressão já se moveu para outro sítio”.

Para já, o IPMA prevê que a “gota fria” (ou, em termos técnicos, uma DANA, depresión aislada en niveles altos – depressão isolada de nível altos, em português) afecte o território continental pelo menos até terça-feira. Mesmo assim, as temperaturas altas que se têm feito sentir nos últimos dias vão manter-se. “Vamos continuar com o tempo quente e seco na generalidade do território, com excepção das regiões onde está prevista chuva”, afirma a profissional do IPMA. 

A meteorologista explica ainda que este tipo de depressões tem como característica o facto de, por vezes, ficarem estacionárias num certo local, padrão que terá feito com que alguns rios do sudeste de Espanha chegassem mesmo a transbordar depois de as chuvas atingirem os 280 litros por metro quadrado em apenas 24 horas. “Se estas depressões trouxerem mau tempo o que acontece é que essas condições estarão sempre a acontecer no mesmo local e só se movem depois de um ou dois dias”, afirma.

De acordo com a AEMET, a agência meteorológica espanhola, esta depressão continuará a afectar o território espanhol, pelo menos até domingo, estando agora a deslocar-se para o Norte do país. O aviso vermelho da AEMET continua activo em Alicante e em Valência.

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