Depois do palco e das capas de revista, Queen B passa a reinar no museu

Um dos retratos de Beyoncé, que fizeram história há um ano na Vogue, vai integrar a colecção da prestigiada National Portrait Gallery de Washington.

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Já era tida como uma das mais poderosas mulheres da indústria do entretenimento, mas agora a cantora, compositora e actriz norte-americana chega mais longe ao ter uma imagem sua exposta na americana National Portrait Gallery, em Washington.

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Já era tida como uma das mais poderosas mulheres da indústria do entretenimento, mas agora a cantora, compositora e actriz norte-americana chega mais longe ao ter uma imagem sua exposta na americana National Portrait Gallery, em Washington.

O retrato em causa consta da sessão com o talentoso fotógrafo Tyler Mitchell, que se distinguiu por ter sido o primeiro negro, em 125 anos de revista, a assinar uma capa da prestigiada Vogue, em Setembro de 2018. Mais: na altura com 23 anos, Mitchell foi ainda o fotógrafo mais novo de sempre a fazê-lo.

Foto
Tyler Mitchell / Vogue

Na imagem, Beyoncé surge com um vestido Valentino de lantejoulas douradas, penteada com delicadas e românticas tranças, coroadas por um exuberante chapéu, assinado pelo premiado designer britânico Philip Treacy, a lembrar uma explosão estelar.

A notícia foi avançada pelo próprio Tyler Mitchell na sua conta de Instagram: “Estou feliz por partilhar que esta fotografia está a ser adquirida para a colecção permanente da National Portrait Gallery da Smithsonian [Institution].” E o fotógrafo deixa no ar o quão importante foi o caminho desde que foi contactado para fazer a capa para a Vogue, usando uma metáfora: “Há um ano, abrimos as comportas. Desde então, foi necessário passar o ano inteiro a atravessá-las para ter a certeza de que todos os pedaços dessas portas se mantinham derrubados.”

Mitchell não está só e esta é uma alegria partilhada. De acordo com o curador Leslie Ureña, da Smithsonian National Portrait Gallery, em declarações à CNN, todos no museu estão “encantados com a aquisição deste magnífico retrato de Beyoncé”. Já sobre a data a partir da qual a peça estará em exibição, o mesmo responsável não adiantou qualquer informação.

Mitchell, herdeiro dos fotógrafos negros

Com apenas 24 anos, Tyler Mitchell é um fotógrafo e cineasta, sediado em Brooklyn, Nova Iorque, que afirma ter-se inspirado no trabalho do realizador Spike Jonze (Uma História de Amor, Queres Ser John Malkovich?). Já a técnica, diz o artista, começou por ser aprendida em tutoriais na Internet, depois de, aos 14 anos, ter comprado a sua primeira máquina, uma Canon.

Acabaria por ingressar na Tisch School of the Arts, da Universidade de Nova Iorque, onde se cruzou com a fotógrafa e artista Deborah Willis, autora de Reflections in Black, livro que confronta o papel dos fotógrafos negros nos Estados Unidos e que viria a inspirar o documentário Through A Lens Darkly: Black Photographers and the Emergence of a People, realizado por Thomas Allen Harris e co-produzido por Willis, que integrou o rol de nomeações em Berlim.

Para Mitchell, “durante muito tempo, as pessoas negras foram consideradas coisas”. “Fomos coisificados física, sexual e emocionalmente. Com o meu trabalho procuro revitalizar e elevar o corpo negro.”

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