Mais de mil bombeiros combatem incêndios em Vila de Rei, Sertã e Mação

Ao fim da tarde de sábado havia quatro incêndios florestais na Sertã e em Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco. Uma das frentes de fogo entrou no concelho de Mação, distrito de Santarém. Há registo de oito feridos, um deles em estado grave. Forças Armadas enviam máquinas e militares.

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Já tinha sido necessário evacuar parcialmente uma aldeia e uma praia fluvial, por precaução, devido a vários incêndios florestais que eclodiram quase em simultâneo, ao início da tarde deste sábado, no distrito de Castelo Branco, no município de Vila de Rei e na Sertã. Mas a situação complicou-se ainda mais ao início da noite, quando uma frente do fogo que atingiu Vila de Rei entrou no concelho de Mação (Santarém), ao mesmo tempo que outra frente passava para a Sertã.

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Já tinha sido necessário evacuar parcialmente uma aldeia e uma praia fluvial, por precaução, devido a vários incêndios florestais que eclodiram quase em simultâneo, ao início da tarde deste sábado, no distrito de Castelo Branco, no município de Vila de Rei e na Sertã. Mas a situação complicou-se ainda mais ao início da noite, quando uma frente do fogo que atingiu Vila de Rei entrou no concelho de Mação (Santarém), ao mesmo tempo que outra frente passava para a Sertã.

Na primeira hora de domingo estavam envolvidos em três incêndios 1025 operacionais da Protecção Civil, apoiados por 321 meios.​ As Forças Armadas decidiram enviar quatro máquinas de rasto e 20 militares para apoiar os operacionais no terreno.

O comandante Operacional do Agrupamento Centro Sul da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), Luís​ Belo Costa, afirmou esta noite que o objectivo é dar como dominados os três incêndios activos nas primeiras horas de domingo, apesar de considerar a meta “ambiciosa” dada “a área atingida e o tipo de terreno”. De todo o modo, acredita que as chamas podem ser circunscritas se a “trégua meteorológica” for bem aproveitada pelos efectivos que combatem os incêndios.

Segundo o comandante o incêndio de Vale Rolã (Sertã) foi o que gerou maior preocupação, embora esteja já com mais de 90% do perímetro em resolução. O fogo de Vale da Cova (Sertã) tem 50% do perímetro dado como dominado. O incêndio que lavra no concelho de Vila de Rei é aquele que suscita maiores preocupações.

Neste balanço feito à meia-noite, foi assinalada a ocorrência de um total de oito feridos. ​"Há sete feridos ligeiros, agentes da Protecção Civil e um ferido grave, um civil com queimaduras”, afirmou o comandante Luís Belo Costa​. O civil sofreu queimaduras de 1.º e 2.º grau, em Vale de Urra, Vila de Rei, tendo sido transportado de helicóptero para Lisboa. Três dos feridos ligeiros resultaram de um acidente entre duas viaturas de bombeiros​.

Às 8h de domingo será dado novo briefing com o ponto de situação dos fogos nos distritos de Castelo Branco e Santarém.

Já esta madrugada, o IPMA prolongou até terça-feira à noite o aviso amarelo para sete distritos de Portugal continental: Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Beja, Castelo Branco e Portalegre.

Praia fluvial e aldeia evacuadas

Na tarde deste sábado, um dos incêndios que deflagrou em Vila de Rei obrigou à evacuação de uma praia fluvial e uma aldeia foi também parcialmente evacuada. A preocupação aumentou quando uma frente do fogo que atingiu Vila de Rei entrou, “com bastante violência”, no concelho de Mação, adiantou o responsável pela protecção civil da localidade, António Louro. Com cerca de oito quilómetros, a frente de fogo atingiu o concelho na zona de Azinhal, Cardigos e Vinha Velha, numa altura em que havia “muito vento” no local, prevendo-se que as próximas horas sejam “muito difíceis”, referia António Louro. Mação já tinha sido devastado pelas chamas em Agosto de 2017.

Num ponto da situação anterior, Alexandre Penha, da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil deu conta da evacuação parcial da aldeia de Cardiga, no concelho da Sertã, e de outras “zonas isoladas” em risco, com a retirada de pessoas em situação de maior fragilidade, nomeadamente pessoas acamadas. Também por precaução, foram retiradas da praia fluvial de Bostelim cerca de 60 pessoas.

“É uma situação de prognóstico reservado. Estamos a falar de vários incêndios dentro da mesma região geográfica, incêndios que, além daquilo que são os efeitos meteorológicos que eram expectáveis, estão a criar os próprios efeitos meteorológicos, estão a interagir entre si”, enfatizou Alexandre Penha, sublinhando que, apesar de a noite trazer habitualmente “condições que facilitam o combate” às chamas, não poderiam ser dadas garantias de que os incêndios serão dominados durante a madrugada. Foi, entretanto, activado “um comando supradistrital" e pedido um reforço de meios de outras localidades do país, disse ainda.

Incêndios em simultâneo

Alguns minutos antes das 15h, vários incêndios deflagraram quase em simultâneo e continuavam activos em várias localidades dos concelhos de Vila de Rei e Sertã. O incêndio em Vila de Rei começou a poucos quilómetros de um outro (que se iniciou sensivelmente à mesma hora no concelho vizinho da Sertã) e começou por se dividir em duas frentes: uma em direcção àquele município, e outra “que se desmultiplicou em várias frentes” em direcção à freguesia da sede do concelho, explicou o vice-presidente da autarquia, Paulo César. As três freguesias que compõem o município de Vila de Rei, onde está o Centro Geodésico de Portugal Continental, foram atingidas pelas chamas, enfatizou.

Parar o incêndio é de todo impossível nesta fase”, previa Paulo César cerca de cinco horas depois de as chamas terem eclodido na freguesia de Fundada, no norte do concelho, perto da fronteira com o município da Sertã. A praia fluvial foi evacuada porque, como várias autocaravanas utilizam aquele local, poderia instalar-se uma situação de pânico se eventualmente fossem necessárias operações mais intensivas no local, justificou. O fumo também contribuiu para a evacuação daquele espaço de lazer.

Aldeias “em perigo"

O vice-presidente sublinhava então que três aldeias estavam próximas das chamas e em “perigo”, nomeadamente Monte Novo, Fouto e Relva do Boi. O incêndio lavrava numa zona de eucalipto e pinho, de regeneração natural, numa altura em que a região estava a ser atingida por ventos fortes. 

Estes incêndios levaram também ao corte temporário da Estrada Nacional 2 na zona entre Vila de Rei e Cernadas, da Estrada Nacional 244, na zona de São João de Peso, e da Estrada Municipal 160, na zona da Várzea.

Este sábado, outro incêndio que deflagrou ao início da tarde numa zona de mato de Monte Clérigo, concelho de Aljezur (Algarve), estava igualmente a lavrar com intensidade “perto de alguns pontos sensíveis”, nomeadamente edificações diversas, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro, da Protecção Civil.