De Caligari a Hitchcock

O filme O Gabinete do Dr. Caligari é rico em peripécias e volte-faces ao longo de seis actos, mas hoje mesmo os melhores cinéfilos conhecem-no mal. Há várias razões para isso.

O Curtas de Vila do Conde decidiu na sua 27.ª edição dar atenção a O Gabinete do Dr. Caligari, a pretexto dos quase cem anos da sua rodagem. O filme (mudo) de Robert Wiene, de 1919, é uma obra paradigmática do expressionismo alemão e, mais que tudo, um “clássico” saturado já numa leitura canónica. Vê-lo verdadeiramente hoje, e não (re)vê-lo aceitando que está já tudo visto (ou dito e escrito), é uma tarefa quase impossível. Não há como escapar à imortalidade que esse estatuto lhe atribui, mas que paradoxalmente é uma morte permanente, já por antecipação, inscrita na sua própria narrativa.

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O Curtas de Vila do Conde decidiu na sua 27.ª edição dar atenção a O Gabinete do Dr. Caligari, a pretexto dos quase cem anos da sua rodagem. O filme (mudo) de Robert Wiene, de 1919, é uma obra paradigmática do expressionismo alemão e, mais que tudo, um “clássico” saturado já numa leitura canónica. Vê-lo verdadeiramente hoje, e não (re)vê-lo aceitando que está já tudo visto (ou dito e escrito), é uma tarefa quase impossível. Não há como escapar à imortalidade que esse estatuto lhe atribui, mas que paradoxalmente é uma morte permanente, já por antecipação, inscrita na sua própria narrativa.