Seis artistas, seis razões para visitar o MAAT

A exposição dos finalistas da 13.ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP está patente até Setembro no MAAT, em Lisboa, e merece uma visita. Conheça o percurso e as obras a concurso dos seis finalistas da edição de 2019.

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D.R.

É um dos prémios mais importantes em Portugal. As palavras são de Inês Grosso que, ao lado de Sara Antónia Matos e João Silvério, assumem a curadoria da exposição da 13.ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP no Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa. Instituído em 2000, constitui um dos projectos estruturantes da Fundação EDP desde os seus primórdios e funciona como uma rampa de lançamento para os novos artistas que ambicionam construir uma carreira sólida a nível nacional e internacional. Leiam-se, orgulhosamente, nomes como Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, Vasco Araújo e Carlos Bunga. Em 2019, Isabel Madureira Andrade, AnaMary Bilbao, Dealmeida e Silva Mónica de Miranda, Henrique Pavão e Diana Policarpo são os seis finalistas seleccionados – de um total de 530 candidaturas – para apresentarem obras produzidas especificamente para este projecto expositivo. O vencedor será escolhido por um júri internacional no início do mês de Julho.

Artistas com discursos e percursos diferenciados

“Os premiados têm a oportunidade de trabalhar em diálogo próximo com o curador que lhes foi atribuído”, destaca Inês Grosso. Da troca de ideias até à proposta de desafios, os curadores incentivaram os seis finalistas a saírem da sua zona de conforto e a desenvolverem propostas ambiciosas. “Pela primeira vez, exploro cor no meu trabalho”, explica Isabel Madureira Andrade, formada pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Fruto de um processo continuado de investigação, experimentação e diálogo, Dealmeida e Silva brinca com a figura humana em pintura e AnaMary Bilbao apresenta uma projecção de fotografias com a pergunta: “Como interromper a eternidade?”. Já Henrique Pavão investiga os temas da construção e desconstrução numa viagem ao México seguindo a história do artista norte-americano Robert Smithson, que também explorou o património histórico deste país nos anos 60. De segunda a domingo, excepto à terça-feira, pode visitar das 11h às 19h o resultado final com projecções de imagens e representação física de uma testemunha da desconstrução. “Só a tartaruga acompanhou a destruição e ficou aqui presente para contar a história”, adianta Henrique Pavão.

E é graças a seis discursos e percursos diferenciados que a exposição apresenta um conjunto multifacetado de obras que cruza a pintura, fotografia, instalação, vídeo e som. Como é o caso de Mónica de Miranda que usa a fotografia e o vídeo para criar uma instalação que fala sobre a imigração africana. Da exploração da cor à denúncia de impactos ambientais, Diana Policarpo apresenta um projecto multimédia com canais de áudio e animações digitais com o objectivo de consciencializar para a exploração excessiva de um fungo no Nepal. A artista visual e compositora foca-se em trabalhos de investigação sobre relações de poder, cultura popular e política de género e já expôs em galerias de Leipzig, Londres e Baden-Baden.

Um catálogo da arte contemporânea em Portugal

Outra particularidade importante do Prémio Novos Artistas Fundação EDP é a publicação de um catálogo da exposição de cada edição. À entrada da galeria da Central 1, cada visitante é convidado a rever os trabalhos dos artistas participantes e textos inéditos dos curadores de anos anteriores. Ao longo de duas décadas de história, com dimensão pública crescente, as treze edições contaram com a participação de cerca de 80 artistas, mapeando a trajectória de sucessivas gerações do universo artístico nacional. Adquirir e expor o trabalho de artistas vencedores e finalistas ao longo das suas carreiras tem sido um dos objectivos da Fundação EDP desde a sua criação, acompanhando os percursos artísticos dos finalistas e vencedores. Actualmente, o prémio é reconhecido como um dos mais significativos no país e “demonstra a forte a aposta da Fundação EDP na descoberta de novos talentos e novas propostas artísticas na arte contemporânea em Portugal”, adianta a instituição. Razões mais do que suficientes para visitar a exposição patente até 9 de Setembro, no MAAT, em Lisboa.