Alemanha debate a segurança dos judeus que usam kippa em público

Governo promete medidas de segurança depois de comissário para o anti-semitismo, Felix Klein, dizer que não podia “recomendar que judeus usassem a kippa sempre e em todo o lado” na Alemanha.

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FOCKE STRANGMANN/LUSA

O Governo alemão prometeu adoptar medidas para garantir a segurança de judeus que usem a kippa (solidéu) em público, depois de uma admissão extraordinária do comissário para o anti-semitismo, Felix Klein, que afirmou no sábado que “não podia recomendar a judeus que usassem a kippa sempre e em todo o lado na Alemanha”.

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O Governo alemão prometeu adoptar medidas para garantir a segurança de judeus que usem a kippa (solidéu) em público, depois de uma admissão extraordinária do comissário para o anti-semitismo, Felix Klein, que afirmou no sábado que “não podia recomendar a judeus que usassem a kippa sempre e em todo o lado na Alemanha”.

O comissário disse que o número de ataques contra judeus e estrangeiros aumentou no país no ano passado, apesar de uma queda no número de crimes com motivações políticas em geral.

O porta-voz de Angela Merkel, Steffan Seibert, disse esta segunda-feira que “o Estado tem de assegurar que qualquer pessoa possa andar em segurança com uma kippa em qualquer lugar no país”.

A admissão de Klein foi criticada dentro e fora da Alemanha.

Em resposta à declaração do comissário, o diário de grande circulação Bild imprimiu uma página com uma kippa dobrável, para que todos os leitores pudessem usá-la, com a ideia de que se não é seguro para uma minoria usar o símbolo religioso, será seguro se uma maioria a usar. Em editorial, o jornal escreveu que o aviso para que não fosse usada a kippa “sete décadas depois do Holocausto” apenas “pode ter uma resposta: não pode ser!”

O Presidente de Israel, Reuven Rivlin, declarou que “os medos sobre a segurança de judeus alemães são uma ‘capitulação ao anti-semitismo’ e uma admissão de que os judeus não estão, de novo, seguros em território alemão”.

O aumento do anti-semitismo não é novo na Alemanha, e há quem culpe o anti-semitismo tradicional de países árabes de onde são alguns refugiados, especialmente os que chegaram a partir de 2015 da Síria. Mas segundo os dados do Ministério do Interior, nove em cada dez crimes anti-semitas foram levados a cabo por pessoas de extrema-direita.

Tem havido sobretudo ameaças a locais ligados à comunidade judaica – um restaurante israelita em Berlim revelou as várias cartas ameaçadoras que recebe, e o seu proprietário, Yorai Feinberg, filmou um homem que lhe gritou uma vez: “Não têm nada que estar aqui. Voltem para as vossas câmaras de gás!”

Também em Berlim, houve um caso de uma agressão a um judeu por um jovem sírio de 19 anos (que foi condenado o ano passado).