Catarina Martins: “No dia 26 de Maio também se decide o salário”

Marisa Matias centrou-se no combate ao que considera ser a opacidade fiscal europeia: “Nós sabemos onde está o dinheiro, precisamos de leis para ir lá buscá-lo.”

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A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu nesta sexta-feira, num comício em Aveiro, a necessidade de se aumentar o salário mínimo em Portugal: “É baixo de mais, pode aumentar, deve aumentar. A economia tem todas as condições. E quanto mais aumentar o salário mínimo nacional, melhor estará a nossa economia”, defendeu, lembrando que também este tema não é alheio às políticas de Bruxelas. “No dia 26 de Maio também se decide o salário”, avisou Catarina Martins, sublinhando que, “quem chegar atrasado às eleições europeias, chega atrasado em Outubro para aumentar o salário, para aumentar os direitos”.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu nesta sexta-feira, num comício em Aveiro, a necessidade de se aumentar o salário mínimo em Portugal: “É baixo de mais, pode aumentar, deve aumentar. A economia tem todas as condições. E quanto mais aumentar o salário mínimo nacional, melhor estará a nossa economia”, defendeu, lembrando que também este tema não é alheio às políticas de Bruxelas. “No dia 26 de Maio também se decide o salário”, avisou Catarina Martins, sublinhando que, “quem chegar atrasado às eleições europeias, chega atrasado em Outubro para aumentar o salário, para aumentar os direitos”.

A bloquista lembrou que foi “com a força do Bloco de Esquerda” em Portugal e “da Marisa [Matias] em Bruxelas” que se conseguiu aumentar o salário mínimo nacional em Portugal para 600 euros, “a ferros”, contra a vontade da direita portuguesa e contra as orientações europeias, frisou. A líder garantiu que aquele valor ainda não é suficiente e que os bloquistas vão continuar a lutar por melhores ordenados. “Em Portugal, [o salário mínimo] é metade da Alemanha, França, Irlanda. Bem abaixo de Espanha, Eslovénia”, enumerou, acusando a União Europeia de querer que Portugal “e outros países da periferia do euro” sejam o “repositório” dos piores ordenados.

Catarina Martins, que insistiu que o debate sobre a “dignidade do trabalho” está em “cima da mesa nestas eleições”, deixou a garantia de que o BE não recuará “nunca” na luta pelos direitos laborais e apelou ao aumento da representatividade do partido no Parlamento Europeu, para “multiplicar a força da Marisa”.

Um trilião de euros e 780 milhões de euros

Já a cabeça de lista do BE Marisa Matias centrou o discurso nas questões fiscais. Defendeu que a legislação internacional e europeia está desactualizada, que dá cobertura a esquemas fiscais, de evasão e branqueamento, e que permite a existência de paraísos fiscais dentro da própria União Europeia. A eurodeputada e cabeça de lista do BE pôs um número em cima da mesa: disse que a fraude, fuga e evasão fiscais equivalem a sete orçamentos comunitários, ou seja, a um trilião de euros: “Nós sabemos onde está o dinheiro, precisamos de leis para ir lá buscá-lo.”

Este não foi, porém, o único número que Marisa Matias introduziu no discurso desta noite, em Aveiro. A bloquista afirmou ainda que Portugal perde, por ano, 780 milhões de euros de IRC para paraísos fiscais e que esse montante corresponde “a quase uma década de aumento extraordinário de pensões”. 

“Na União Europeia, a fiscalidade é suposto ser uma matéria oculta”, continuou a candidata, usando ainda outras imagens para falar de fiscalidade, como “caixa negra da criminalidade organizada”. Entre muitas outras críticas, sublinhou que há dinheiro oriundo de “esquemas do pior”, de branqueamento e lavagem, que serve para “financiamento do terrorismo”: “Sai dinheiro da União Europeia para financiar terrorismo”, acusou, lamentando ainda que esta seja a Europa que abre as portas a quem tem vistos gold, mas “deixa morrer 18 mil pessoas no Mediterrâneo, porque são pobres de mais para que a sua vida conte”.