BCP, Novo Banco e CGD ainda não conseguiram executar dívida de Joe Berardo

Os três maiores bancos querem recuperar parte dos créditos de 980 milhões de euros do empresário, avança o Correio da Manhã.

Foto
Joe Berardo, empresário madeirense, e os três bancos não conseguiram chegar a um acordo Público

Os três maiores bancos portugueses vão avançar com um processo judicial conjunto contra o empresário Joe Berardo com o objectivo de liquidar uma parte dos 980 milhões de euros que o empresário lhes deve.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os três maiores bancos portugueses vão avançar com um processo judicial conjunto contra o empresário Joe Berardo com o objectivo de liquidar uma parte dos 980 milhões de euros que o empresário lhes deve.

A notícia já tinha sido avançada pelo PÚBLICO a 12 de Julho de 2017, altura em que os três bancos deram instruções para executar Joe Berardo, mantendo negociações paralelas. Na altura, o valor da dívida conjunta em causa era de aproximadamente 500 milhões de euros. 

A iniciativa do BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi noticiada nesta segunda-feira pelo Correio da Manhã e acontece depois de no início do ano ter falhado um acordo com o empresário madeirense para a liquidação dos créditos.

De acordo com o jornal, as negociações com Joe Berardo prolongaram-se até ao final de Janeiro, sem sucesso.

A proposta em cima da mesa centrava-se na Fundação Berardo e na colecção de obras de arte do empresário e implicava que os três bancos aceitassem um perdão significativo da dívida.

Perante a recusa de Joe Berardo, os bancos decidiram avançar pela via judicial. O PÚBLICO tentou contactar o empresário já nesta segunda-feira de manhã, mas não teve sucesso.

Na comissão de inquérito à CGD, que está a decorrer no Parlamento, Manuel de Oliveira Rego, revisor oficial de contas da CGD de 2000 a 2015, abordou os créditos do banco público, a propósito da exigência de garantias reforçadas a grandes devedores. Não explicou, contudo, que garantias reforçadas foram constituídas uma vez que no caso de Berardo, por exemplo, este não tinha património em seu nome, além de uma “garagem no Funchal”, como disse na mesma comissão a deputada do BE Mariana Mortágua.