Centro de Recuperação de Castelo Branco recebeu 308 animais selvagens em 2018

A grande maioria dos animais que deu entrada no CERAS eram aves e provinham dos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Évora.

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Antonio Carrapato

O Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS) registou 308 entradas de animais em 2018, dos quais 85% dizem respeito a aves, anunciou esta quarta-feira a associação ambientalista Quercus.

“Em 2018, o CERAS registou 308 entradas de animais. A maior afluência deu-se nos meses de Maio, Junho, Julho e Agosto. A grande maioria dos animais que deu entrada no CERAS foi proveniente do distrito de Castelo Branco, seguido de Portalegre, Santarém e Évora”, explica, em comunicado, a associação ambientalista Quercus.

A entidade que entregou o maior número de animais foi a GNR, sobretudo através das equipas do Serviço de Procteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), com 37%. Os particulares registam 25%, os vigilantes da natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) apresentam 24% e a Quercus 10%.

“As aves constituíram a grande maioria dos animais que deu entrada (85%). Os restantes animais que entraram no CERAS pertencem à classe dos mamíferos (11%) e dos répteis (02%). As causas mais frequentes foram queda ou destruição do ninho (23%), traumatismos diversos (19,5%), debilidade e má nutrição (11%) e suspeita de envenenamento (09%)”, lê-se na nota.

Segundo os ambientalistas, a taxa de recuperação de animais devolvidos ao seu “habitat” natural em 2018 foi de 53%.

Este projecto do núcleo regional de Castelo Branco, da Quercus, nasceu há 20 anos do esforço conjunto de membros da associação ambientalista e alunos da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB), onde, ainda hoje, possui as suas instalações e aí funciona graças ao apoio e dedicação fundamental de voluntários e estagiários.

Em 2018, o CERAS desenvolveu mais de 120 acções de educação e sensibilização ambiental, como a libertação dos animais recuperados ou workshops, que envolveram essencialmente a população da região de Castelo Branco.

A 24 de Março de 1999, o CERAS libertou um mocho galego depois de o ter recuperado, sendo que esta ave foi a primeira a ser recuperada e devolvida à natureza, entre centenas de outras que se seguiram ao longo dos últimos 20 anos.

“Os ingressos de animais selvagens feridos ou a necessitarem de cuidados começaram com 30 animais selvagens por ano, rondando actualmente uma média de 300 animais por ano”, explicam os ambientalistas.

A comemorar os 20 anos de existência, o CERAS iniciou as celebrações no domingo, com a devolução à natureza de uma coruja do mato, e vai continuar ao longo do ano, com actividades mensais em vários espaços e de diversas tipologias, como exposições, cinema documental, debates, concertos solidários, edição de livros, workshops, passeios interpretativos, entre outros.

“Estas actividades pretendem dar a conhecer o trabalho realizado no CERAS, enquanto sensibiliza a comunidade sobre os temas da conservação da natureza e, simultaneamente, promover iniciativas de divulgação e angariação de apoios para o centro”, explicam.

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