CDS-PP considera que remodelação traduz-se numa "bloquização" do Governo

Nuno Melo apontou a lista do PS às europeias como uma "ode ao Sócrates".

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Adriano Miranda

O CDS-PP considera que a remodelação governamental, anunciada no domingo, “reforça uma ala muito à esquerda” do PS e “traduz uma certa bloquização” dos socialistas, afirmou esta segunda-feira o vice-presidente centrista Nuno Melo.

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O CDS-PP considera que a remodelação governamental, anunciada no domingo, “reforça uma ala muito à esquerda” do PS e “traduz uma certa bloquização” dos socialistas, afirmou esta segunda-feira o vice-presidente centrista Nuno Melo.

A remodelação tem “uma nota ideológica”, “reforça uma ala muito à esquerda, o que traduz uma certa bloquização do PS”, afirmou à Lusa Nuno Melo, que é também cabeça de lista do CDS-PP às europeias, à margem de uma acção de pré-campanha para as eleições de 26 de Maio, depois de viajar desde Torres Vedras, de comboio.

Melo deu o exemplo de Pedro Nuno Santos, que subiu a ministro, para ilustrar o que considera “o reforço de uma perspectiva ideológica muito à esquerda no PS”.

São governantes que, “basicamente, no discurso, não se diferenciam muito da Catarina Martins [líder do Bloco de Esquerda] ou mesmo do Jerónimo de Sousa [líder do PCP]”, afirmou.

O candidato europeu e vice-presidente do CDS considerou preocupante esta “deriva à esquerda do PS” e lamentou que neste executivo de António Costa não existam hoje do “velho PS” dirigentes como Almeida Santos ou Mário Soares, um dos fundadores do partido em Portugal.

Lembrando a história recente do pais, o período pós-25 de Abril de 1974, Nuno Melo acusou o PS ir "beber muito" ao 11 de Março de 1975, o derrotado golpe de direita que ditou uma viragem à esquerda no pais, por oposição ao 25 de Novembro, o movimento militar, que opôs a esquerda militar e os chamados "moderados", que ditou o fim da revolução.

Outro traço da remodelação, segundo afirmou, é que foi muito feita em circuito fechado, dentro de uma certa nomenclatura que reporta ao primeiro-ministro", António Costa.

Pedro Marques, ministro de Sócrates

Nuno Melo aproveitou a mesma acção de pré-campanha para comentar o anúncio por parte de António Costa, este fim-de-semana, do número um do PS às europeias, Pedro Marques

Um dia depois da remodelação em que Pedro Marques deixou de ser ministro das Infra-estruturas para candidato socialista às europeias, Nuno Melo criticou os atrasos no investimento na ferrovia e colocou um rótulo na candidatura europeia do PS.

A lista socialista, afirmou à Lusa minutos depois de desembarcar na fria e vazia estação de Mira Sintra-Meleças, “é uma ode a José Sócrates”, que “tem como cabeça de lista o paradigma do que não deveria ser um candidato europeu”.

Nuno Melo disse que Pedro Marques foi um dos governantes de Sócrates que levou o país “até à bancarrota” e que, na sua passagem no Governo como ministro, “desperdiçou milhões e milhões de euros disponíveis para investimento em Portugal”.

Um dos “exemplos perfeitos” é o programa ferrovia 2020, com nove por cento de execução, pelos seus cálculos.