Trabalhadores das rodoviárias de Santarém e Leiria em greve

Os trabalhadores iniciaram uma greve de dois dias para exigir o aumento do salário e a unificação das regras de trabalho nas empresas do Grupo Barraqueiro.

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LUSA/ANDRÉ AREIAS

Trabalhadores das rodoviárias do Oeste, Lis e Tejo, nos distritos de Leiria e Santarém, iniciaram esta quinta-feira às 03h00 uma nova greve que se prolongará até às 03h00 de sábado, e que reivindica “melhores salários, melhores condições de trabalho e o fim das várias discriminações entre motoristas”, salientou, numa nota, a União dos Sindicatos de Santarém.

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Trabalhadores das rodoviárias do Oeste, Lis e Tejo, nos distritos de Leiria e Santarém, iniciaram esta quinta-feira às 03h00 uma nova greve que se prolongará até às 03h00 de sábado, e que reivindica “melhores salários, melhores condições de trabalho e o fim das várias discriminações entre motoristas”, salientou, numa nota, a União dos Sindicatos de Santarém.

Na mesma nota, o sindicato acusa as administrações das empresas de “não adequar os salários à nova realidade do sector, escudando-se na proposta da associação patronal, já ultrapassada pela prática salarial noutras empresas do Grupo Barraqueiro”.

A concentração de trabalhadores prevista para esta quinta-feira às 11h00, em frente à sede do Grupo Barraqueiro, no Campo Grande, em Lisboa, reuniu pouco mais de uma centena destes trabalhadores. No entanto, a greve rondou os 90% de adesão "com grande predominância dos trabalhadores motoristas", afirmou à Lusa Manuel Castelão, do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).

"Apresentámos, em tempo oportuno, uma proposta de aumento de salários à empresa, tendo em conta os valores que são praticados por esta. A empresa entendeu que não deveria negociar connosco. Tem vindo a arrastar este processo, tem vindo a canalizar para a associação patronal a resolução deste problema sem apresentar propostas e os trabalhadores entendem que não podem parar. Estamos a falar de salários que rondam os 609 euros de um salário base de motorista e isto é inqualificável", disse o sindicalista.<_o3a_p>

Manuel Castelão salientou ainda que um motorista gasta entre 3.000 e 4.000 euros para obter licenças e ter os requisitos para trabalhar, trabalham "12 horas para ganharem oito e alguns têm um subsídio de refeição que ronda os 2,55 euros".

Também presente na concentração, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, frisou que esta situação só se mantém devido "à intransigência da empresa".

"É uma situação insustentável. Estamos a falar de profissionais do volante que têm não só de zelar pela sua própria segurança como, acima de tudo, assegurar a segurança das pessoas que transportam. Uma profissão desta natureza, com a desregulação dos horários que lhe está associada, justifica e exige um outro tipo de retribuição que estes trabalhadores não têm", defendeu o dirigente da CGTP.

Os trabalhadores tinham já realizado uma greve de dois dias no final de Novembro, reivindicando os mesmos motivos.