Bergman para iniciados

Um documentário correcto, interessante, mas que nada adianta de novo ao que já conhecemos do mestre sueco.

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É o centenário do nascimento de Ingmar Bergman, eis a “máquina da nostalgia” a carburar de novo a todo o vapor — reposições (já tivemos Saraband há poucas semanas, teremos o grosso da obra outra vez em Novembro), reedições, reavaliações, enfim, a panóplia da homenagem a um dos últimos autores do cinema europeu pós-Segunda Guerra Mundial a manter intacto o seu cachet junto dos cinéfilos e do público.

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É o centenário do nascimento de Ingmar Bergman, eis a “máquina da nostalgia” a carburar de novo a todo o vapor — reposições (já tivemos Saraband há poucas semanas, teremos o grosso da obra outra vez em Novembro), reedições, reavaliações, enfim, a panóplia da homenagem a um dos últimos autores do cinema europeu pós-Segunda Guerra Mundial a manter intacto o seu cachet junto dos cinéfilos e do público.

A importância de Bergman e do seu cinema não pode nunca ser subestimada, é aliás esse o mérito maior deste documentário co-assinado por Margarethe von Trotta, uma das figuras centrais do “novo cinema alemão” dos anos 1960: recordar como esta obra que hoje é canónica era “outra coisa”, e “outra coisa” nova e assombrosa, nos anos 1950 e 1960 em que os filmes do sueco foram descobertos por esse mundo fora. Von Trotta, que fez parte da primeira geração de cineastas a ser directamente inspirada por Bergman, convoca aqui a sua própria experiência de espectadora, mas também as memórias de colaboradores regulares (a actriz Liv Ullmann, a anotadora Katinka Faragó) e exegetas da obra (como o francês Olivier Assayas), para desenhar uma espécie de “introdução” à figura do cineasta e à temática da sua obra.

Apesar de ser consistentemente interessante, contudo, A Vida e Obra do Génio não traz grandes novidades aos “estudos bergmanianos”, caindo na banalidade tradicional do documentário de “cabeças falantes” entrecortado com excertos de obras, sem que Von Trotta (presente ao longo de todo o filme como “anfitriã”) traga algo de especialmente novo. (O título português, aliás, é particularmente infeliz, visto que o original, Em Busca de Ingmar Bergman, reflecte muito melhor o projecto criativo do filme.) O que acaba por ser mais interessante é a atenção prestada ao exílio alemão de Bergman em finais dos anos 1970, momento geralmente subvalorizado da sua obra. No resto, temos um “Bergman para iniciados”, que implica da parte do espectador um conhecimento mínimo da obra, mas que não adianta em relação ao muito que já se escreveu e filmou sobre o cineasta.

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