Senadora democrata enviou ao FBI carta que diz comprometer Brett Kavanaugh

Autora da carta diz ter dados sobre “comportamento inapropriado de cariz sexual” sobre o candidato de Trump ao Supremo, que acusa de a ter trancado num quarto sem o seu consentimento quando ambos tinham 17 anos . FBI já disse que não vai investigar.

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Brett Kavanaugh deverá ser confirmado enquanto juiz do Supremo Tribunal dos EUA no dia 20 de Setembro, apesar de uma forte oposição dos democratas Reuters/Alex Wroblewski

A senadora democrata da Califórnia Dianne Feinstein alertou as autoridades federais dos EUA para a existência de uma carta com informações comprometedoras sobre o juiz que o Presidente Donald Trump propôs para Supremo Tribunal, Brett  Kavanaugh.

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A senadora democrata da Califórnia Dianne Feinstein alertou as autoridades federais dos EUA para a existência de uma carta com informações comprometedoras sobre o juiz que o Presidente Donald Trump propôs para Supremo Tribunal, Brett  Kavanaugh.

Feinstein, que pertence à Comissão de Justiça do Senado, disse num comunicado ter recebido “informação quanto à confirmação de Brett Kavanaugh ao Supremo Tribunal”, que acontecerá no dia 20 de Setembro. No entanto, garantiu que irá manter o conteúdo privado, a pedido da fonte, ainda que tenha “comunicado a questão às autoridades federais”.

A carta foi enviada primeiro para a democrata da Califórnia Anna Eshoo, em Julho, segundo o jornal The New York Times. Esta acusa o juiz de “comportamento inapropriado de cariz sexual” contra a autora do documento, que descreve um “incidente” entre si e Kavanaugh numa festa, quando ambos tinham 17 anos. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Kavanaugh e um amigo terão trancado a autora da carta num quarto sem o seu consentimento, fazendo com que esta se sentisse “ameaçada”.

Kerri Kupec, uma das porta-vozes da Casa Branca, respondeu às acusações em comunicado. “Durante o processo da sua confirmação, o juiz Kavanaugh teve 65 reuniões com senadores, – incluindo a senadora Feinstein –, foi sujeito a 30 horas de interrogatórios, respondeu a duas mil perguntas em público e a questões adicionais numa sessão confidencial. Até a véspera da sua confirmação, nem a senadora Feinstein ou qualquer outra pessoa tinha nova “informação” sobre ele”, disse.

Kupec acrescentou que o senador democrata Charles Schumer tinha prometido “opor-se ao juiz Kavanaugh com tudo o que [tinha]”, parecendo estar a cumprir a promessa. Este, no entanto, afirmou ainda não ter lido a carta, segundo o New York Times.

Por sua vez, e na sua conta no Twitter, o senador republicano do Texas John Cornyn e membro da Comissão de Justiça, mostrou-se céptico quanto às acusações contra Kavanaugh.

Não existem planos para alterar a data da confirmação de Kavanaugh enquanto juiz do Supremo Tribunal, agendada para dia 20 de Setembro, segundo o porta-voz do presidente da Comissão, Chuck Grassley, em declarações à CNBC.

O FBI declarou em comunicado ter recebido as informações de Feinstein, que adicionou ao ficheiro de Kavanaugh, já que faz parte do seu trabalho verificar os antecedentes dos candidatos a todos os mais altos postos governamentais, que inclui os nomeados ao Supremo Tribunal. Contudo, não investigará o assunto.

A CNBC diz que a autora da carta está a ser representada pela advogada do projecto #MeToo, Debra Katz. Katz não confirmou. “Não há nada para contar”, disse à BuzzFeed News.

A nomeação de Brett Kavanaugh, na sequência da reforma do juiz Anthony Kennedy, reforça a ala conservadora do Supremo em questões legais como o aborto, a pena de morte, os direitos dos homossexuais e políticas de discriminação positiva, razão pela qual os democratas querem impedir a sua ida para o Supremo Tribunal.

Texto editado por Ana Gomes Ferreira