Mais de 1600 bombeiros combatem chamas em todo o país. Alerta recebido por sete milhões de pessoas

Situação em Monchique continua a ser a mais preocupante, onde mais de 100 pessoas foram retiradas das suas casas. SMS da Protecção Civil chegou a 90% dos telemóveis nos distritos sob alerta.

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Mais de 1.600 operacionais estavam pelas 18h envolvidos em 30 incêndios, nove dos quais em curso, segundo informação prestada pela Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC). No combate a estes nove incêndios em curso, estavam 1.336 homens, 362 viaturas e 19 aeronaves.

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Mais de 1.600 operacionais estavam pelas 18h envolvidos em 30 incêndios, nove dos quais em curso, segundo informação prestada pela Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC). No combate a estes nove incêndios em curso, estavam 1.336 homens, 362 viaturas e 19 aeronaves.

A situação mais grave continuava a registar-se em Monchique, no Algarve. Mais de 700 operacionais continuavam a ali combater as chamas, auxiliados por 130 militares e 28 viaturas das Forças Armadas (foram mobilizados 111 elementos do Exército e 19 da Marinha), a pedido da ANPC. Os militares estão a ajudar sobretudo em operações de rescaldo.

Cerca das 20h, quando se registava alguma chuva, uma das duas frentes de fogo estava finalmente dominada, depois de a situação se ter agravado durante a tarde, obrigando a retirada de vários habitantes de uma pequena zona urbanizada dispersa — a prioridade é precisamente afastar pessoas de zonas de risco atempadamente, o que foi feito na sexta-feira em Taipas e durante a madrugada em Foz do Carvalhoso. No total, já foram retiradas de casa mais de 100 pessoas.

Segundo fonte da Protecção Civil, "a orografia difícil" e "o muito material combustível", aliados "às elevadas temperaturas" que se fazem sentir na zona de Monchique, continuam a dificultar o combate ao incêndio.

Segundo dados divulgados na manhã de sábado, o fogo de Monchique já consumiu uma área de cerca de 1000 hectares, sendo que 20% da área está inacessível a meios terrestres. Duas frentes continuam activas. 

Na sexta-feira registaram-se nove feridos ligeiros no combate a este incêndio, oito bombeiros e um operacional da agência florestal Afocelca, devido a situações de "exaustão e insolação" relacionadas com "o esforço e as elevadas temperaturas que se fazem sentir", segundo informou Abel Gomes, porta-voz da da ANPC. 

O presidente da Câmara de Monchique, que activou o Plano Municipal de Emergência na sexta-feira, anunciou que está também a ser prestado apoio social às pessoas que foram retiradas de casas por precaução. Algumas delas foram encaminhadas para a Santa Casa da Misericórdia, duas das quais são idosos acamados. Outras duas estão numa escola, sendo que as restantes optaram por ficar em casa de familiares.

Alerta chegou a sete milhões de pessoas

Este sábado, o SMS preventivo da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) para o risco de incêndios para várias zonas do país chegou a mais de sete milhões de pessoas.

As mensagens escritas enviadas para telemóveis chegaram a "7.099.858 de cidadãos que se encontravam esta manhã nos distritos de Évora, Setúbal, Lisboa, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Viseu, Guarda e Bragança", anunciou a ANPC. Entre as 08h e as 10h deste sábado, foram enviadas com sucesso 66% das mensagens. Às 12h, quatro horas após o início do processo, o número de mensagens enviadas com sucesso atingiu os 90,3%, segundo a mesma fonte.

A percentagem de telemóveis não atingidos (9,7%) é explicada com a ausência de rede ou pelo facto de os aparelhos estarem desligados.

Onze distritos sob alerta vermelho até domingo

O segundo dia do fim-de-semana continuará a ser de alto risco no que diz respeito ao calor, com os avisos vermelhos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a manterem-se para 11 distritos até à meia-noite de domingo: Bragança, Évora, Guarda Vila Real, Setúbal, Santarém, Lisboa, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga.

Em sete destes 11 distritos, o aviso vermelho de calor é agora acompanhado de um aviso laranja para trovoada: Évora, Guarda, Faro, Setúbal, Beja, Castelo Branco e Portalegre, que registarão ainda "condições para rajadas de vento fortes" que podem potenciar incêndios florestais.