Roma fecha os portos a um navio italiano com dezenas de pessoas

É a primeira vez que um navio de bandeira transalpina é impedido de aportar nos portos italianos.

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Reuters/PAUL HANNA

A decisão do Governo transalpino de barrar a entrada nos seus portos a navios com migrantes a bordo atingiu, pela primeira vez, um navio com bandeira italiana. Esta terça-feira, o Vos Thalassa foi impedido de atracar em Itália por transportar 66 migrantes que tinham sido resgatados ao largo da Líbia. A tripulação do navio acabou por entregar os passageiros à guarda costeira italiana. 

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A decisão do Governo transalpino de barrar a entrada nos seus portos a navios com migrantes a bordo atingiu, pela primeira vez, um navio com bandeira italiana. Esta terça-feira, o Vos Thalassa foi impedido de atracar em Itália por transportar 66 migrantes que tinham sido resgatados ao largo da Líbia. A tripulação do navio acabou por entregar os passageiros à guarda costeira italiana. 

O Vos Thalassa, um navio de apoio a uma plataforma petrolífera da Total no Mediterrâneo, seguia com um 58 homens, três mulheres e seis menores a bordo, de acordo com o Corriere della Sera. A lei internacional determina que qualquer navio que se depare com uma situação de emergência ofereça assistência de imediato. As autoridades italianas, no entanto, argumentam que o Vos Thalassa não deveria ter socorrido este grupo de náufragos, afirmando que a guarda costeira líbia já estava a encaminhar-se para o local.

No Twitter, o ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, saudou a actuação da Guarda Costeira, acusou os migrantes de “ameaçar a vida" da tripulação do Vos Thalassa” e acrescentou os “desordeiros” irão ser punidos.

A nova política anti-migratória de Matteo Salvini, ministro do Interior italiano, determinou já a proibição da entrada dos navios Aquarius, Lifeline e Open Arms  — todos prestavam ajuda humanitária e tinha socorrido migrantes em águas líbias.

Apesar de o actual fluxo de refugiados e migrantes não ser comparável ao registado em 2015, a questão voltou recentemente a dividir os líderes europeus. Numa cimeira em Junho, ficou prevista a criação de plataformas de desembarque de migrantes fora da UE, o aumento dos apoios económicos a países do Norte de África e à Turquia e a criação voluntária de centros em território europeu que servirão para identificar as pessoas salvas no Mediterrâneo, e onde os imigrantes económicos serão separados dos requerentes de asilo.