Mais um candidato com uma vitória arrancada a ferros

Espanha venceu o Irão, com um golo que nasceu de um ressalto, e igualou Portugal na liderança do Grupo B.

Foto
Reuters/SERGIO PEREZ

Vida difícil para os candidatos, mais ou menos históricos, à conquista do Mundial 2018. Nesta quarta-feira, Espanha viu-se e desejou-se para dobrar a selecção do Irão, que fez da resistência a sua imagem de marca. Em Kazan, os espanhóis venceram por 0-1 com um golo aos repelões e igualaram Portugal na liderança do Grupo B, com quatro pontos.

Alemanha, Argentina, Brasil, as próprias França e Inglaterra e Portugal (se quisermos incluir o campeão europeu no lote) têm mais um companheiro de viagem nesta aventura que é tentar chegar longe, de preferência à final do Campeonato do Mundo, por caminhos sinuosos. Não é que se adivinhassem facilidades no embate entre uma selecção de primeira linha, como a espanhola, e uma outra que está a fazer o seu caminho para justificar a presença entre os melhores do melhores. Mas poucos esperariam uma resposta tão competente do Irão.

Ver ficha de jogo

Carvajal no lugar de Nacho e Lucas Vázquez no lugar de Koke. Foram estas as alterações introduzidas por Fernando Hierro face ao embate de estreia, denunciando a vontade de acentuar (ainda mais) o domínio das operações e de tornar mais imprevisíveis as acções no último terço. O 4x3x3 de La Roja manteve-se intacto e a dança iraniana começou ao som do apito inicial.

A selecção às ordens de Carlos Queiroz dispôs-se num 4x2x3x1 que raramente se viu, porque a equipa, empurrada para os últimos 30 metros, cerrou fileiras, baixou os extremos e formou quase sempre uma linha de seis, a que se juntavam mais uma de três e uma lança em África, um pouco mais adiantada: o habilidoso Sardar Azmoun.

Os primeiros 45 minutos foram o monólogo que se esperava, é verdade, mas com falas que raramente cativaram a atenção do público. O Irão, coriáceo a defender, forçava Espanha a circular a bola de um lado para o outro sem conseguir acções de penetração, de tal forma que o primeiro remate à baliza surgiu apenas aos 25’ e de meia distância, pelo pé esquerdo de David Silva. Até ao intervalo, houve mais dois e nenhum especialmente apurado.

Era preciso quebrar a resistência asiática mas não havia como acrescentar unidades a uma zona do terreno em que o metro quadrado era já caríssimo. A solução era quebrar a barreira através do génio individual e foi isso que Isco e Iniesta trouxeram do balneário. Num reatamento frenético, o Irão esteve perto do golo aos 53’ (Ansarifard, na área, rematou com estrono a centímetros do poste), mas foi Espanha que marcou, no minuto seguinte. Uma jogada cristalina para uma finalização atabalhoada: o lateral Rezaeian tenta aliviar a bola, que acabava de entrar na área para gáudio de Diego Costa, e o corte é devolvido pela canela do avançado directamente para as redes.

Era o melhor período da Espanha, que voltou a pôr o guarda-redes Beiranvand em sentido, ainda que o lance mais vistoso até final tenha saído da imaginação de Amiri, que nos últimos minutos fez um túnel a Piqué e cruzou para um cabeceamento de Taremi ligeiramente por cima da barra. Não deu para evitar a derrota, mas terá sido suficiente para deixar Portugal em alerta.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários