Conservadores exigem poder votar a lei do "Brexit"

May está a ter dificuldade em unir o partido em torno de um plano para o "Brexit". O entendimento com a facção "rebelde", alcançado no início da semana, caiu por terra depois de uma alteração ao texto.

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LUSA/NEIL HALL / POOL

Theresa May está mais uma vez em rota de colisão com os deputados conservadores que exigem ter uma palavra a dizer sobre o “Brexit”. Em causa está o tipo de saída da UE, caso Londres e Bruxelas não cheguem a acordo até Janeiro de 2019, tendo a primeira-ministra que satisfazer os que querem manter laços com a União Europeia e os que querem uma saída clara.

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Theresa May está mais uma vez em rota de colisão com os deputados conservadores que exigem ter uma palavra a dizer sobre o “Brexit”. Em causa está o tipo de saída da UE, caso Londres e Bruxelas não cheguem a acordo até Janeiro de 2019, tendo a primeira-ministra que satisfazer os que querem manter laços com a União Europeia e os que querem uma saída clara.

No início da semana, a primeira-ministra chegou a um entendimento com os deputados conservadores “rebeldes”, que exigem ter mais poder sobre o documento final. Após ter sido anunciado um acordo para May ter os votos necessários para aprovar o texto, Downing Street recuou na ideia de os deputados votarem o texto final.

Dominic Grieve, deputado conservador que tem liderado o grupo “rebelde”, disse à BBC que a forma final do acordo é “inaceitável”. “No final do processo, uma coisa foi alterada de forma inexplicável que não tinha sido acordada. O governo blindou a moção, ao contrário dos métodos tradicionais da Câmara dos Comuns. E por isso não a podemos aceitar.”

“Entendo que o Governo apresentou uma emenda que não foi acordada com Dominic Grieve. Agradeço o debate, mas o que tinha sido acordado foi mudado sem consultas a ninguém”, escreveu a deputada conservadora pró-europeia, Anna Soubry, no Twitter. Mais tarde, acrescentaria, em declarações à BBC, que ela e outros deputados se sentiram “bastante desiludidos” por terem acreditado que tinham chegado a um acordo com o executivo.

“Eu não menti”, disse à Sky News Robert Buckland, responsável do Governo pelas conversações com os conservadores “rebeldes”,acrescentando que a decisão final quanto à alteração coube a Theresa May. “Lamento que estejam desapontados pelos termos finais, lamento mesmo”.

Com a rejeição da proposta de lei, inicia-se um processo parlamentar conhecido como "pingue-pongue". A legislação do “Brexit” volta segunda-feira à Câmara dos Lordes e, se não houver acordo entretanto, May pode sofrer uma dura derrota quando o texto for de novo votado na câmara baixa.