Scarlett Johansson usa Marchesa, marca da mulher de Weinstein, no Met Gala

Há meses que não se via uma estrela do estatuto de Johansson pisar uma passadeira vermelha com um vestido Marchesa.

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No meio de um evento cujo tema “Corpos celestiais: a moda e a imaginação católica”) prometia ser polémico – com convidados vestidos à imagem do Papa, anjos e outros símbolos religiosos –, o relativamente simples vestido Marchesa de Scarlett Johansson acabou por ser uma das notícias mais surpreendentes do Met Gala, esta segunda-feira.

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No meio de um evento cujo tema “Corpos celestiais: a moda e a imaginação católica”) prometia ser polémico – com convidados vestidos à imagem do Papa, anjos e outros símbolos religiosos –, o relativamente simples vestido Marchesa de Scarlett Johansson acabou por ser uma das notícias mais surpreendentes do Met Gala, esta segunda-feira.

Durante toda a temporada de entrega de prémios deste ano, que arrancou com um blackout nos Globos de Ouro, a ausência da Marchesa esteve bem presente. Afinal, a marca fundada em parte por Georgina Chapman – que esteve casada com Harvey Weinstein e pediu o divórcio em Outubro do ano passado – era, há anos, uma das mais populares entre as estrelas de Hollywood, concretamente em eventos de passadeira vermelha. 

Não foi preciso que as próprias celebridades recusassem publicamente usar Marchesa, para que se falasse de um boicote à marca. A designer Alex Longmore comentou mesmo, em Outubro do ano passado, que se alguma celebridade fosse vista a usar Marchesa seria "quase como se estivesse a apoiar suavemente o que aconteceu antes", referindo-se em geral ao comportamento abusivo de Harvey Weinstein.

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Não que considerassem Chapman directamente responsável pelos actos de assédio sexual do marido, mas antes porque olhavam para esta como cúmplice na forma como Weinstein lidava com as pessoas, pressionando através de ameaças, as actrizes a usar peças da marca da mulher. "Ele foi o estratega por detrás da Marchesa – a orquestrar acordos e a usar a sua influência em termos de ligações a celebridades por ela [a mulher], em nome da marca", conta uma publicitária de Los Angeles ao The Hollywood Reporter, mantendo o anonimato. De acordo com a mesma, Georgina Chapman e Harvey Weinstein "beneficiavam da sua relação, mas ela certamente sabia acerca do seu mau comportamento".

Qualquer que fosse o eventual constrangimento ou medo à volta da marca, Scarlett Johansson ultrapassou-o, pisando a passadeira vermelha, esta segunda-feira, com um vestido de tule com efeito ombré criado à medida para si pela Marchesa.

"Vesti Marchesa porque as roupas deles fazem as mulheres sentirem-se confiantes e bonitas, e é um prazer apoiar uma marca criada por duas designers femininas incrivelmente talentosas", declarou a actriz, citada pela Variety. De acordo com um representante de Johansson, foi a própria que abordou Keren Craig e Georgina Chapman (as duas co-fundadoras da Marchesa) há alguns meses, pedindo-lhes que desenhassem o seu vestido para a gala do Met.

"Sentimo-nos verdadeiramente honrados por Scarlett ter escolhido vestir Marchesa para o Met Gala", avança por outro lado a marca em comunicado. "Ela é uma actriz talentosa com um estilo e presença incríveis. Foi um prazer trabalhar tão perto com ela para criar este look."