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O “cemitério de fábricas” de Coimbra

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Ao percorrerem o distrito de Coimbra, aperceberam-se que "o que antes era um fumegar de produção" é agora "um verdadeiro cemitério de fábricas". Percorreram as ruínas de seis. E fotografaram-nas, então. De câmara na mão, Ana Baptista, estudante de medicina na Universidade de Coimbra, que tem a fotografia como hobby, e, de palavras prontas a disparar, Fernando Teixeira, advogado estagiário e cronista habitual do P3.

 

"Este 1.º de Maio", escreve, "chega numa altura em que todos aguardamos expectantes que o tão difundido crescimento económico se materialize no verdadeiro desenvolvimento da vida nacional". No entanto, considera, tal só poderá acontecer pelo "revigorar da indústria nacional, da produtividade e da criatividade". No Dia do Trabalhador, os dois amigos deixam as questões: "Quanto ficou para trás juntamente com estas fábricas? Quanto mudou esta região, o nosso país? (...) Quantos mais complexos vamos deixar cair? Quantos trabalhadores mais terão de se adaptar à nova realidade de nada produzir e tudo vender? Quanto tempo temos de esperar para que o Estado olhe para o sector produtivo e veja que é preciso intervir e investir?".

 

As imagens do que resta destas indústrias são, para os autores, como um grito. "Celebremos então a jornada internacional do trabalhador, mas celebremos também o direito ao trabalho, o direito a produzir e o direito a querer conquistar o futuro porque o futuro é nosso."