Cafés históricos da Europa pedem uma rota europeia que passe pelas suas mesas

Coimbra vai acolher nos dias 20 e 21 de Abril encontro internacional que pretende preservar o papel cultural destes estabelecimentos.

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O Majestic, no Porto, é o mais recente membro da organização europeia MANUEL ROBERTO

Os responsáveis de 23 cafés históricos de nove países vão reunir-se, nos dias 20 e 21 de Abril, na cidade de Coimbra. O encontro, que se irá realizar na Casa da Escrita, no dia 20, e no Café Santa Cruz, no dia 21, tem como mote “Os Cafés Históricos como Património Cultural”, e pretende alertar para a importância turístico-cultural que estes estabelecimentos desempenham nas cidades onde se encontram sediados.

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Os responsáveis de 23 cafés históricos de nove países vão reunir-se, nos dias 20 e 21 de Abril, na cidade de Coimbra. O encontro, que se irá realizar na Casa da Escrita, no dia 20, e no Café Santa Cruz, no dia 21, tem como mote “Os Cafés Históricos como Património Cultural”, e pretende alertar para a importância turístico-cultural que estes estabelecimentos desempenham nas cidades onde se encontram sediados.

Cinco estabelecimentos históricos portugueses estão representados neste evento, entre eles a Antiga Confeitaria de Belém — onde se confeccionam e comercializam os tradicionais pastéis —, o Café S. Gonçalo — localizado em Amarante e fundado nos anos 30 — e o Café Sta. Cruz — situado na baixa de Coimbra, e que acolherá o segundo dia deste encontro internacional. O encontro decorre na 20ª semana cultural da Universidade de Coimbra e é organizado pela Associação Europeia dos Cafés Históricos (EHICA, na sua sigla inglesa) e a Associação dos Cafés com História de Portugal (ACH). 

Em Abril de 2014 foi criada a rota dos cafés de Portugal com história, que reunia mais de duas dezenas de espaços e pretendia preservar e divulgar o património constituído por estes marcos nacionais. Agora, através do encontro deste mês de Abril, a EHICA pretende replicar esse conceito a uma escala europeia. Para isso, irá propor a criação de uma rota europeia dos cafés históricos, a incluir como novo itinerário cultural do Conselho da Europa.

O fundador e presidente da EHICA é Vasilis Stathakis. O grego é proprietário do café Kipos, na ilha de Creta, que está em funcionamento há 148 anos. Para Vasilis, os objectivos da organização são claros: “Promover a cultura dos cafés históricos, as figuras históricas que os visitaram e o turismo”. Em relação ao encontro que irá acontecer em Coimbra, Vasilis diz que o principal objectivo será “dar a conhecer a associação e discutir os problemas comuns” aos cafés históricos europeus.

Majestic junta-se à EHICA

O café Majestic, situado na Rua Santa Catarina, será, ao que tudo indica, o membro mais recente da Associação Europeia dos Cafés Históricos. Numa reunião entre Vasilis Stathakis, Fernando Barrias, gerente do Majestic, e Vítor Marques (um dos proprietários do café Santa Cruz, em Coimbra e embaixador português da EHICA), ultimavam-se os preparativos da entrada do Majestic na rede europeia de cafés históricos. O Guarany, outro café histórico da Invicta, poderá juntar-se, também, à associação.

“É um prazer e uma enorme satisfação fazer parte de uma rede que reúne os grandes cafés históricos a nível internacional”, disse ao PÚBLICO Fernando Barrias, antes da reunião. O gerente do Majestic diz também que é importante a vitalidade da associação europeia, até do ponto de vista da memória: “Cada café tem as suas histórias para contar”.

Vítor Marques afirma pretender que o encontro internacional sirva de fórum de discussão: “Espero que se fale pela primeira vez do papel dos cafés históricos”. Na opinião do proprietário do Café Santa Cruz, em Coimbra, a EHICA pode ser uma ajuda à entrada dos cafés das cidades mais pequenas nos circuitos turístico-culturais.

Texto editado por Ana Fernandes