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A vida da estrada pelas “polaroids” dos Lemon Lovers
À terceira digressão europeia, apaixonaram-se irremediavelmente pelo manto branco da Polónia. Na sala Supersonic, em França, debaixo do nevão que fechou Paris, estrearam-se “numa grande cidade europeia”. Ouviram-se, pela primeira vez, em Itália: ecoaram por Terni, Trento, Montecarotto, St. Margherita Ligure, Noale, Ravena. Depois do concerto em Praga, meteram-se no carro e, passando o volante entre os quatro, só pararam em Sevilha, 24 horas depois.
Os Lemon Lovers partiram do Porto, no início de Fevereiro, com Watching the Dancers (2016) na mala da carrinha — e só voltaram quando todos os 31 concertos estavam dados. É a terceira vez que a história se repete: Victor Butuc pousa as baquetas e agarra no telefone, email e em tabelas de Excel que deixam pouco espaço para improvisação. Os outros fazem o que já costumam: seguem-lhe a batida. “Esta não é a melhor maneira de conhecer as cidades”, admite. “Mas é uma excelente forma de ficar a conhecer as pessoas”, acrescenta João Pedro Silva, a outra metade da formação original da banda portuense, que existe desde 2012 (a eles juntam-se agora Pedro Gomes e Diogo Sarabando).
São estes os quatro músicos presentes nas polaroids que contam (em parte) a história da tour e, por outro lado, levantam o véu do álbum que irá ser gravado este ano. Está lançada a “sementinha para identificar a estética sonora” que eles andam a querer cultivar. Agora, de volta a solo português, há concertos no Porto, Lisboa, Beja, Castro Verde, Aveiro, Coimbra e Guimarães. Porque entre tocar lá e tocar cá, “o melhor é tocar”. Se aconselham outros a ir? “Só se forem malucos”, reage João. “Jota! Claro que sim”, rectifica Butuc. Mas, se forem no Inverno, “por favor levem pneus de neve”. Fica o conselho. Eles já não precisam, agora andam “atrás do sol”.