Rohingya: o olhar de quem viu demasiado

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“A sua família estava ansiosa por que lhe fizesse um retrato”, disse, em entrevista ao P3, o britânico Alex Miles, referindo-se ao pequeno Mohamed Shoaib, retratado nas imagens seis e sete desta fotogaleria. O fotógrafo passou vários dias no campo de refugiados rohingya Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh, e retratou os homens, mulheres e crianças que sobreviveram à perseguição étnica comandada pelo estado da Birmânia. “Para a família, era importante provar que as histórias que circulam no campo de refugiados são verdadeiras; há inúmeros relatos de violações, de execuções e de amputações.” Mohamed assegura que houve, da parte dos militares birmaneses, intenção de matar. Narrativas semelhantes repetem-se em Cox's Bazar, o campo que alberga mais de 40% do total de 680 mil que abandonaram a Birmânia desde Agosto de 2017 — ou seja, cerca de 300 mil pessoas.

Cada disparo de Alex Miles retrata um indivíduo, uma vida humana. Um sobrevivente. “Um grande número de pessoas não pôde ser fotografado porque não sobreviveu. É importante lembrar.” A entrevista com o fotógrafo pode ser lida integralmente aqui.