Orbán dá visto a sírio acusado pelos EUA de ligação a Assad

Media húngaros denunciam aparente falha se segurança na aplicação do programa de vistos gold

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Orbán procura um terceiro mandato e está à frente nas sondagens ARIS OIKONOMOU/EPA

O Governo de Viktor  Orbán, que está à frente nas sondagens das próximas eleições, foi acusado por dois sites de investigação de ter dado estatuto de residente na Hungria a um sírio que está numa lista pessoas suspeitas de terem ligações ao regime de Bashar al-Assad e alvo de sanções dos Estados Unidos.

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O Governo de Viktor  Orbán, que está à frente nas sondagens das próximas eleições, foi acusado por dois sites de investigação de ter dado estatuto de residente na Hungria a um sírio que está numa lista pessoas suspeitas de terem ligações ao regime de Bashar al-Assad e alvo de sanções dos Estados Unidos.

A duas semanas das eleições legislativas, os sites Direkt36 e 444.hu nomeiam o sírio, Atiya Khoury, acusado em 2016 pelos EUA de pagar por contratos de compra de combustível para o regime de Bashar al-Assad.

A alegação de que alguns sírios (os sites mencionam pelo menos um segundo caso de um homem suspeito em Itália por esquemas internacionais de lavagem de dinheiro) obtiveram autorização de residência na Hungria através dos vistos gold é especialmente danosa, tendo em conta a oposição forte do Governo húngaro à entrada de refugiados, e ao discurso sobre a necessidade de preservar a identidade cristã do país, mantendo muçulmanos fora.

E para um Governo que se apresenta como forte em questões de segurança, se a notícia se confirmar esta é uma falha de segurança nacional.

O Governo aboliu entretanto o esquema dos vistos gold, que permitiam desde 2013 que estrangeiros que comprassem obrigações do tesouro húngaras no valor de 300 mil euros obtivessem direito de residência durante pelo menos cinco anos.

Orbán procura ser eleito para um terceiro mandato como primeiro-ministro e o seu partido está à frente nas sondagens para as eleições de 8 de Abril. O segundo partido é o Jobbik, de extrema-direita, que tem vindo a tentar parecer menos radical. A oposição de centro e esquerda está dividida há anos.

O chefe de gabinete de Orbán, Janos Lazar, disse “estar certo” de que todos os candidatos a vistos temporários foram analisados com muito cuidado, sem se referir a nenhum caso particular.