Empresas norte-americanas acabam parceria com a NRA depois de tiroteio em Parkland

A lista de empresas que se quer desvincular do lobby das armas está a crescer. A última baixa foi a empresa de aviação Delta Airlines.

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Avião da United Airlines, LUSA/JOHN G. MABANGLO

Com o pagamento de uma anuidade de 40 dólares, os membros da Associação Nacional de Armas (NRA) têm acesso a um conjunto de ofertas e descontos, em áreas que vão desde os seguros de vida e de viagem às provas de vinho. Mas 16 das empresas com acordos com o poderoso lobby das armas quebraram as parcerias - não querem continuar a associar-se à NRA depois do tiroteio na escola secundária Marjorie Stoneman Douglas.

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Com o pagamento de uma anuidade de 40 dólares, os membros da Associação Nacional de Armas (NRA) têm acesso a um conjunto de ofertas e descontos, em áreas que vão desde os seguros de vida e de viagem às provas de vinho. Mas 16 das empresas com acordos com o poderoso lobby das armas quebraram as parcerias - não querem continuar a associar-se à NRA depois do tiroteio na escola secundária Marjorie Stoneman Douglas.

As últimas do lote que se afastou da NRA foram as empresas de aviação Delta e United Airlines, que anunciaram, neste sábado, que deixam de oferecer descontos nas tarifas aos membros do grupo – uma baixa de peso na lista de acordos da associação.

“A Delta está a contactar a NRA para comunicar o fim do contrato que prevê tarifas com desconto em viagens de grupo”, lê-se no tweet que a companhia aérea divulgou. A empresa oferecia descontos a grupos de mais de dez pessoas que viajassem a partir de duas cidades diferentes, no acordo celebrado com a NRA. E não era a única.

A lista tem vindo a decrescer desde o tiroteio na escola da Florida - onde morreram 17 pessoas, assassinadas com tiros de uma arma semiautomática por um ex-aluno - devido à pressão dos grupos que defendem um maior controlo de armas, como é o caso dos activistas do grupo NRA Boycott. A hashtag #BoycottNRA (Boicotem a NRA) foi uma das ferramentas mais usadas nos últimos dias. No Twitter, milhares de utilizadores usam essa hashtag para pedir às empresas associadas à NRA que terminem os acordos.

Entre as empresas que já anunciaram o fim da sua parceria com a NRA está a Symantec, uma gigante do mundo das telecomunicações, detentora dos antivírus Norton e da empresa LifeLock, que a título individual também mantinha um acordo de parceria com a NRA. As seguradoras Metlife (que oferecia descontos em seguros para a casa e para o carro) e Simplisafe (que tinha um desconto especial para membros da NRA em sistemas de segurança para habitações) também anunciaram que iam terminar a sua parceria.

O mesmo aconteceu com as empresas de aluguer de veículos Hertz, Avis, Budget, Enterprise Holding (detentora das empresas Enterprise, Alamo e National), Allied e North American VL (estas últimas de aluguer de carrinhas para mudanças), assim como a TrueCar, um serviço de procura de carros. Na banca, o First National Bank de Omaha vai deixar de emitir e renovar o cartão de crédito Visa que tinha para os sócios da NRA.  

Algumas empresas já tinham terminado o seu acordo com a NRA antes do tiroteio de dia 14 de Fevereiro. É o caso da seguradora Chubb e do grupo hoteleiro Wydham, que anunciaram o fim da parceria no ano passado.

A BlackRock, a maior empresa de gestão de activos do mundo e accionista das empresas de fabrico e distribuição de armas Sturm Ruger & Company e American Outdoor Brands Corp, fez saber, na passada quinta-feira, que ia falar aos representantes das duas empresas “para entender a sua resposta” a um dos tiroteios mais mortíferos dos EUA, disse um porta-voz à Reuters. Não garantiu, no entanto, que iria deixar de investir nessas empresas.

Ainda há pelo menos 22 empresas que mantém a sua parceria com a NRA, de acordo com a lista divulgada pela NRA Boycott. Entre elas, estão a transportadora FedEx (com 26% de desconto em envios para membros da NRA) e a Paramount RX (com descontos em medicamentos que vão até aos 70% no caso dos genéricos).

As plataformas de streaming que oferecem os conteúdos do canal de televisão da associação de defesa de porte de armas, o NRATV, ainda não emitiram qualquer parecer sobre a continuidade da distribuição do conteúdo online. Na lista estão a Amazon, Apple TV, AT&T, Roku e a Google.