LNEC cauteloso quanto à segurança, Liga mantém interdição da bancada do Estoril

Câmara de Cascais defende nunca ter havido risco de colapso, mas relatório preliminar conclui que só após o apuramento das causas das anomalias identificadas será possível fazer um juízo definitivo.

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Reuters/SOCIAL MEDIA

A Câmara Municipal de Cascais emitiu esta sexta-feira um comunicado em que sustenta, após análise do relatório preliminar do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) à bancada do Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, que “a estrutura não está, nem nunca esteve em risco de colapsar”. Uma conclusão que Carlos Carreiras, presidente da autarquia, garante “dissipar todas as dúvidas”, mas que o documento não sustenta na íntegra, deixando um juízo definitivo dependente de uma avaliação mais profunda.

Os responsáveis autárquicos avaliarão “com a equipa de técnicos municipais (…) o relatório, nas próximas horas". "Juntamente com toda a informação urbanística que já compilámos, assim como o levantamento do desenvolvimento histórico do Estádio e de toda a zona envolvente, tomarei uma posição pública na próxima semana”, refere o comunicado da Câmara de Cascais.

No que diz respeito ao relatório preliminar do LNEC, baseado na documentação fornecida àquele laboratório, em que se descreve o incidente e a bancada norte, sinalizam-se as anomalias observadas nas inspecções e, nos dois últimos pontos, apresenta-se uma análise das deficiências, da informação obtida e as respectivas conclusões.

Nesse aspecto, o relatório é bem menos peremptório, defendendo que “embora até à data não existam indícios de comportamento deficiente da estrutura da bancada, é necessário um melhor apuramento das causas das anomalias para se julgar sobre a evolução da respectiva segurança". Os técnicos do LNEC recomendam ainda acções como o “levantamento, em toda a extensão da bancada, da distância entre a face inferior do bordo sul da laje térrea e aterro o subjacente” e a “demolição controlada da laje térrea do interior da bancada”, dois pontos considerados indispensáveis para o emitir novo parecer.

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“Só após o apuramento das causas das anomalias identificadas será possível julgar se a segurança da bancada poderá ser comprometida devido à evolução dessas causas. As anomalias existentes na zona interior da bancada são de tal forma expressivas que exigem a demolição da laje térrea e a elaboração de um projecto de reabilitação dessa zona”, pode ainda ler-se no documento.

A Liga portuguesa de futebol profissional anunciou que a bancada norte do Estádio António Coimbra da Mota "permanecerá interditada até ao final das obras" recomendadas pelo LNEC. "Por determinação da Liga Portugal, a bancada permanecerá interditada até ao final das obras aconselhadas pelo LNEC", pode ler-se em comunicado hoje divulgado pela Liga.

A Liga considerou ainda que, no que se refere à actuação das forças de segurança, "foram acautelados os interesses superiores do público presente no Estádio", sublinhando que "em caso de dúvida, a segurança das pessoas é prioritária".

A bancada norte do Estádio António Coimbra da Mota, recorde-se, acabou por contribuir para a interrupção do encontro Estoril-FC Porto, da 18.ª jornada da Liga, depois de vários adeptos dos "dragões" terem sentido a estrutura a ceder, acabando por saltar para o interior do relvado. A segunda parte da partida será disputada a 21 de Fevereiro, de acordo com a Liga.

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