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O Cave 45 morre de pé, mas vai deixar saudades

Peste e Sida Paulo Pimenta
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Peste e Sida Paulo Pimenta

O ano de 2018 vai começar sem o Cave 45. Não é que de repente o Porto vá ficar sem uma agenda de concertos dentro do espectro mais underground. Não é que não existam outras salas da dimensão do clube exclusivamente dedicado ao rock que sirvam também propósitos idênticos. Há o Maus Hábitos, o Passos Manuel, o Metalpoint, o Woodstock 69 ou o Hard Club e vai reabrir o Aniki Bobó. Deixará sim de existir um clube de concertos e bar concebido apenas e só para ser a segunda casa de todos os rockeiros adeptos de subgéneros diversos.

Foi este o ponto de partida para abrir o Cave 45, pensado por Rodas, Oscar e Iolanda – figuras conhecidas no underground portuense pela honestidade que empregam nos projectos em que se envolvem. Foi a sensibilidade para a definição das balizas que caracterizaram o bar, o leque de conhecimento musical e o respeito que já tinham dentro do underground que transformarão três curtos anos de actividade em memórias que marcarão um período que será recordado com nostalgia por todos os que eram presença assídua do espaço.

O PÚBLICO apanhou alguns desses momentos, pela lente de Paulo Pimenta, que um dia antes do encerramento passou pelo concerto de Peste & Sida, que por mais do que uma vez tocaram no clube e voltaram para se despedirem. Muitos outros foram registados: Dead Elvis, Hombre Lobo Internacional, Repórter Estrábico, Bob Log III ou um regresso fugaz dos Cães Vadios, algumas das centenas de bandas que por lá passaram.

Não foi pela agenda, sempre diversa, que o bar fechou. Sobretudo no arranque, por vários motivos, não foi fácil garantir o número de pessoas desejadas em dias sem concertos. Esta intermitência não se deve seguramente à falta de público na cidade porque ele existe.

O Cave 45 foi aquela avó de quem toda a gente gosta, mas a quem se vai adiando uma visita. Recebe-se a notícia de que está doente e a casa de repente enche-se de familiares. Tarde demais. O destino já estava traçado. Nunca o Cave teve tanta gente como desde há cerca de dois meses para cá, altura em que foi anunciado o encerramento. Tivesse sido sempre assim e talvez continuasse de portas abertas.

Em pleno centro de actividade nocturna portuense teria sido mais fácil sucumbir à tentação de desvirtuar o propósito inicial do bar e alargar o raio de acção. Nunca o fizeram. Abriu como casa para o rock e é assim que vai fechar com o último concerto marcado para esta passagem de ano, com actuações dos espanhóis Black Panda e dos nacionais Hellcharge e Roädscüm.

Rodas, Oscar e Iolanda passam o testemunho a quem quiser arriscar-se numa aventura similar. Há uma certeza que este trio tem e faz questão de a ecoar: “O Cave 45 morre orgulhosamente de pé”. André Vieira

Paulo Pimenta
Peste e Sida
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Peste e Sida
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Peste e Sida
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Paulo Pimenta
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 KSONNEILLON BM
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 Vumo
Vumo Paulo Pimenta
 Ramboia
Ramboia Paulo Pimenta
The Dictators Nyc
The Dictators Nyc Paulo Pimenta
Bob Log III
Bob Log III Paulo Pimenta
KAMPFTAR
KAMPFTAR Paulo Pimenta
Bob Log III
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THE DIRTY
THE DIRTY Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
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Peste e Sida
Peste e Sida Paulo Pimenta
Peste e Sida
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Peste e Sida
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