Centenas prestaram homenagem ao som de O Homem do Leme

Presidente da República "emocionado" com a missa de corpo presente do guitarrista que morreu nesta quinta-feira, aos 61 anos. Muitas figuras públicas e amigas de Zé Pedro compareceram neste sábado para um último adeus ao artista.

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Centenas de pessoas aplaudiram o guitarrista Zé Pedro à saída do corpo, neste sábado, do Museu dos Coches, em Lisboa, ao som da música O Homem do Leme. Por volta das 13h15, o cortejo fúnebre partiu do antigo edifício do Museu dos Coches, que esteve encerrado apenas para familiares e amigos.

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Centenas de pessoas aplaudiram o guitarrista Zé Pedro à saída do corpo, neste sábado, do Museu dos Coches, em Lisboa, ao som da música O Homem do Leme. Por volta das 13h15, o cortejo fúnebre partiu do antigo edifício do Museu dos Coches, que esteve encerrado apenas para familiares e amigos.

Quando, no exterior, começou a ser tocada a música da banda e o caixão saiu, as centenas de pessoas que entretanto se foram juntando na entrada aplaudiram e cantaram em coro. O cortejo fúnebre seguiu depois a pé até ao Mosteiro dos Jerónimos, onde a missa de corpo presente se realizou a partir das 13h30.

Pelo caminho, populares que se juntaram ao longo da estrada foram aplaudindo, os turistas perguntavam quem tinha morrido e até os funcionários dos Pastéis de Belém saíram para a rua para homenagear o guitarrista.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assistiu "emocionado" à missa de corpo presente, uma cerimónia que considerou "muito tocante" e "participativa", durante a qual foram cantadas músicas dos Xutos & Pontapés. Marcelo saiu do Mosteiro dos Jerónimos, no final da missa, por volta das 15h00, acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa.

"Foi uma missa muito tocante e muito participativa, tanto pelas palavras do padre, muito próximas da vida de Zé Pedro e do fenómeno rock", como pela cerimónia em si, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que foram "cantadas algumas músicas dele ao longo da missa". Para o Presidente da República, um dos momentos mais bonitos foi a "intervenção final de evocação de Zé Pedro".

Dos Jerónimos, a urna saiu alguns minutos depois das 15h, sob uma enorme salva de palmas das centenas de pessoas que se juntaram na rua para a última homenagem a Zé Pedro, e ao som da música Para sempre. No exterior do mosteiro, a urna foi colocada em cima de um grande altar dourado e rodeada por familiares e amigos de Zé Pedro, com os companheiros da banda alinhados à frente.

O funeral realizou-se depois no cemitério dos Olivais, também em Lisboa.

A despedida a um “grande amigo”

Horas antes, ainda nos Jerónimos, muitas figuras públicas, amigas de Zé Pedro, compareceram neste sábado para o último adeus. "Ele era um dos melhores de nós", disse o músico Adolfo Luxuria Canibal, visivelmente emocionado, enquanto Jorge Palma, com a voz embargada, foi incapaz de dizer mais do que: "Venho despedir-me de um grande amigo".

Tó Trips, Kalu e os restantes elementos da banda Xutos & Pontapés foram outros dos músicos que marcaram presença nas cerimónias fúnebres do guitarrista.

O deputado do PCP António Filipe não quis também deixar de homenagear o músico, recordando os "anos inesquecíveis" em que os Xutos encerraram a Festa do Avante. "Venho prestar a minha homenagem, mas não a última porque o Zé Pedro vai continuar muito presente pela obra que deixa", afirmou, lembrando que os Xutos atravessam e vão continuar a atravessar muitas gerações.

O guitarrista dos Xutos e Pontapés morreu na quinta-feira, aos 61 anos. Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, só tendo sido assumida publicamente no passado dia 4 de Novembro, no derradeiro concerto do músico, no fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.

No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, criou a banda Delirium Tremens, que mais tarde passou a chamar-se Xutos & Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim, para o lugar de Paulo Borges. O primeiro concerto dos Xutos & Pontapés realizou-se a 13 de Janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.