Albergaria-a-Velha quer reunir o historial de todos os seus munícipes

Arquivo Municipal está a proceder à inventariação das famílias do município, cruzando vários dados. Um projecto “único no país”, que visa promover o “estudo da história local”.

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O inventário poderá ajudar "munícipes que não conhecem os seus avós e bisavós", por exemplo ADRIANO MIRANDA

Partindo da compilação e cruzamento de vários registos – paroquiais (baptismos, casamentos e óbitos), emissão de passaportes, encomendas de fotografias, cartas de condução, entre outros – o Arquivo Municipal de Albergaria-a-Velha está a proceder a um trabalho de inventariação das famílias do município. O objectivo? “Permitir que os cidadãos encontrem informações e fotografias dos seus antepassados e criar bases de dados para futuros estudos e investigações, nas mais variadas áreas”, destaca Delfim Bismarck, vereador do pelouro da Cultura da câmara municipal de Albergaria-a-Velha.

“Por força da emigração, há munícipes que não conhecem os seus avós e bisavós e este inventário irá ajudá-los”, exemplifica o vereador, ao mesmo tempo que assevera que “o número de pessoas que têm vindo a contactar o arquivo nesse sentido é crescente” - o portal daquele serviço já conta com 2055 utilizadores, que fizeram mais de 54 mil consultas desde a sua criação. 

Segundo Delfim Bismarck, que é também historiador e genealogista, este projecto é “único no país” - pela quantidade e variedade dos registos levantados - mas já “começa a ser feito em vários pontos do estrangeiro”. Para o sucesso deste trabalho muito têm contribuído, segundo o autarca, as doações de registos históricos ao Arquivo Municipal. Entre eles, está o espólio da principal casa de fotografias de Albergaria-a-Velha (Foto Gomes), constituído por 200 mil chapas em vidro e película – sendo de salientar o registo de mais de 120 mil chapas até à década de 1970. Importa lembrar que o processo de identificação das várias fotografias está a ser desenvolvido em parceria com os utentes da Misericórdia de Albergaria-a-Velha, tendo o projecto colaborativo sido reconhecido como uma boa prática pela Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas – segundo evidenciou a autarquia, em comunicado.

Igualmente importante para todo este processo de inventariação das famílias já em curso são “as cerca de 2000 fichas de funcionários da Alba [antiga unidade industrial do município]”, realça o vereador da Cultura, sem deixar de notar, igualmente, o valor de outros registos e documentos que têm chegado ao arquivo do concelho. Ainda recentemente, por ocasião da comemoração no 9.º aniversário daquele equipamento, foram assinados novos protocolos de doação e cedência. Entre o material cedido, é possível destacar fotografias do século XX de Albergaria-a-Velha, negativos em vidro e película com paisagens de Angeja dos séculos XIX e XX, a brochura inaugural do CineTeatro Alba de 1950, documentação da Quinta do Fontão, de 1816 a 1935, e a encadernação de “O Arauto de Osseloa”.

De acordo com as estimativas do vereador da Cultura, dentro de “meia dúzia de anos, a maioria da população de Albergaria-a-Velha já deverá estar cadastrada”, ou seja, “com grande parte do trabalho do projecto já concluído”.

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