Tabaqueiras norte-americanas obrigadas a anunciar perigos de fumar

Algumas das maiores empresas de tabaco dos Estados Unidos serão obrigadas a passar anúncios nas televisões e em jornais, ao longo de um ano, que alertem para os perigos nocivos do consumo de cigarros.

Foto
As tabaqueiras terão de admitir que os cigarros eram feitos propositadamente com nicotina suficiente para criar vício bruno lisita

A partir do final do próximo mês, algumas das maiores empresas tabaqueiras dos Estados Unidos – como as que detêm as marcas Philip Morris e Camel – terão de passar, durante um ano, “declarações correctivas” nas televisões e em jornais sobre os perigos associados ao tabaco. A decisão surge na sequência de um processo judicial que começou há 18 anos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A partir do final do próximo mês, algumas das maiores empresas tabaqueiras dos Estados Unidos – como as que detêm as marcas Philip Morris e Camel – terão de passar, durante um ano, “declarações correctivas” nas televisões e em jornais sobre os perigos associados ao tabaco. A decisão surge na sequência de um processo judicial que começou há 18 anos.

“Fumar é altamente viciante” ou “fumar mata” estão entre estas “declarações correctivas” anunciadas em tribunal, que se focarão, sobretudo, nos efeitos nocivos do tabaco (incluindo os do fumo passivo), no vício associado à nicotina e em doenças que daí possam resultar. A acção judicial decorria, já em 1999 e acusava várias empresas da indústria do tabaco de enganar os seus consumidores com publicidade em que eram omissos os perigos para a saúde.

Os anúncios estarão a cargo do grupo Altria, casa-mãe da marca de cigarros Philip Morris e do grupo concorrente Reynolds American – que detém as marcas Camel e Pall Mall, por exemplo – e ainda outras empresas no sector. As “declarações correctivas” ordenadas em tribunal, para corrigir a publicidade enganadosa sobre o consumo de tabaco, aparecerão sob a forma de anúncio televisivo durante 30 segundos, uma vez por semana e ao longo de 52 semanas; serão divulgadas nos principais canais de televisão e durante o horário nobre. Já nos jornais, serão feitos anúncios de páginas inteiras, em 45 publicações nacionais diferentes, durante um período de seis meses.

A Altria referiu, nesta segunda-feira, que as empresas chegaram a um acordo com o Departamento de Justiça norte-americano, escreve o jornal da cidade de Richmond, Richmond Times-Dispatch, do Estado norte-americano da Virgínia, onde há uma forte presença da indústria do tabaco.

O vice-presidente-executivo da empresa, Muray Garnick, disse, em comunicado, que a “indústria mudou drasticamente nos últimos 20 anos”, nomeadamente, no que toca a legislação. No mesmo comunicado, a Altria aproveitou para referir que estava a trabalhar para desenvolver produtos que fossem menos nocivos para a saúde.

As empresas, que terão de admitir que os cigarros eram “feitos intencionalmente com nicotina suficiente para criar vício”, terão ainda de publicar as informações “correctivas” nos seus sites e nos maços de tabaco.