Coreia do Sul avisa que Pyongyang estará a preparar disparo de mais mísseis balísticos

Seul realiza exercício simulando ataque contra o local onde Coreia do Norte testou a sua sexta bomba nuclear. EUA ameaçam com “resposta militar maciça”.

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Coreia do Sul treina resposta militar à Coreia do Norte EPA/Ministério da Defesa sul-coreano

Os sul-coreanos continuam a suster a respiração. Apenas um dia depois do ensaio nuclear sem aviso prévio, Seul avisa que Pyongyang poderá estar a preparar-se para testar novos mísseis. “Continuamos a ver indícios de que de possíveis novos lançamentos de mísseis balísticos. Também antevemos que a Coreia do Norte possa disparar um míssil balístico intercontinental”, afirmou Chang Kyung-soo, responsável do Ministério da Defesa numa intervenção no Parlamento sul-coreano.

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Os sul-coreanos continuam a suster a respiração. Apenas um dia depois do ensaio nuclear sem aviso prévio, Seul avisa que Pyongyang poderá estar a preparar-se para testar novos mísseis. “Continuamos a ver indícios de que de possíveis novos lançamentos de mísseis balísticos. Também antevemos que a Coreia do Norte possa disparar um míssil balístico intercontinental”, afirmou Chang Kyung-soo, responsável do Ministério da Defesa numa intervenção no Parlamento sul-coreano.

O alerta foi feito na mesma altura em que os militares sul-coreanos realizavam manobras simulando um ataque a Punggye-ri, o local onde o regime norte-coreano tem vindo a desenvolver e a testar as suas armas nucleares. O exercício, com sucessivos disparos de mísseis balísticos, destina-se a mostrar (ao vizinho do Norte, mas também à sua própria população) que o Exército sul-coreano está em alerta máximo e pronto a retaliar contra uma eventual acção ofensiva de Pyongyang. 

Com o clima de tensão no máximo – nunca antes um teste nuclear tinha provocado um abalo sentido pela população na metade Sul da península –, o governo sul-coreano decidiu também acelerar a instalação do sistema de defesa antimíssil norte-americano THAAD.

Por decisão do Presidente Moon Jae-in, defensor até agora de uma política de apaziguamento com Pyongyang (o que lhe valeu domingo duras críticas do Presidente norte-americano, Donald Trump), Seul anunciou que vai instalar, ainda que de forma temporária, os últimos quatro lançadores deste sistema, cuja entrada em funcionamento estava dependente de um parecer ambiental que foi concluído de forma expedita. Serão instalados em Seongju, um antigo campo de golfe a sul da capital sul-coreana, onde estão já em funcionamento dois outros lançadores.

A China opõe-se de forma vigorosa à instalação deste sistema norte-americano, sublinhando que os radares do THAAD têm capacidade para vigiar o seu território, minando assim a sua segurança e a sua soberania. Também Moon se opunha à conclusão deste sistema, mas num encontro com altos responsáveis pela segurança do país reconheceu que “é tempo de reforçar a resposta militar contra a Coreia do Norte”, em detrimento de novas tentativas para o diálogo, explicou Chang Kyung-soo.

“Resposta militar maciça”

Estas movimentações chegam horas depois de o secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, ter ameaçado a Coreia do Norte com uma “resposta militar maciça”, “tanto eficaz como avassaladora”, caso a segurança do seu território (incluindo a base militar de Guam, no Pacífico) ou do território dos países aliados dos Estados Unidos seja posta em causa. “Não estamos a falar da aniquilação total de um país, nomeadamente da Coreia do Norte. Mas como já disse, temos várias opções para o fazer”.

Também o primeiro-ministro japonês, o nacionalista Shinzo Abe, assegurou esta segunda-feira que Tóquio está empenhado em aumentar as suas defesas contra os mísseis da Coreia do Norte, como o que na semana passada sobrevoou território japonês, antes de se despenhar no mar – o último de vários ensaios balísticos de Pyongyang, que ameaçou também recentemente atacar a base militar de Guam.

Na frente diplomática, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se novamente esta segunda-feira de urgência para discutir o que fazer face ao sexto ensaio nuclear da Coreia do Norte. Antes da reunião, Abe e Moon falaram ao telefone e concordaram na necessidade de, em colaboração com os Estados Unidos, conseguir a aprovação de sanções mais duras contra Pyongyang “com o objectivo de forçar o regime norte-coreano a aceitar o diálogo”, anunciou a presidência da Coreia do Sul. 

Rússia com dúvidas sobre novas sanções

A aprovação de novas sanções – que Washington, Seul e Tóquio querem dirigidas à economia norte-coreana – está dependente do aval da China e da Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança e, por isso, com direito de veto. E se Pequim mantém o silêncio, Moscovo fez saber que tem dúvidas sobre a eficácia de novas medidas punitivas. Embora reconhecendo que as actuais sanções “atingiram o limite do seu impacto”, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Riabkov, diz que medidas adicionais “terão como objectivo quebrar a economia norte-coreana”, o que terá impacto directo na população, pelo que se tornuo “dramaticamente mais difícil” decidir sobre a sua aprovação.

Moscovo critica também as acções unilaterais que estão a ser ponderadas pelos EUA e os seus aliados, avisando que “passos desastrados” podem conduzir a uma situação muito perigosa. “Aqueles que são mais fortes e inteligentes devem mostrar contenção”, disse Riabkov, assegurando ainda que a Rússia não concorda com a instalação do sistema THAAD na Coreia do Sul. “Irá inevitavelmente levar-nos a ponderar a nossa reacção, os nossos balanços militares.”