Viva Lizzy Goldman

O livro Meet Me In The Bathroom é um exemplo literalmente antológico do poder do grande jornalismo.

Foi com pena que cheguei ao fim de Meet Me In The Bathroom de Lizzy Goodman. É uma biografia oral, extremamente bem feita, do renascimento da música rock em Nova Iorque na primeira década deste século.

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Foi com pena que cheguei ao fim de Meet Me In The Bathroom de Lizzy Goodman. É uma biografia oral, extremamente bem feita, do renascimento da música rock em Nova Iorque na primeira década deste século.

O livro já foi bem descrito e elogiado por Pedro Rios aqui no PÚBLICO. No entanto, é preciso cuidado. O livro é muito mais do que transparece de alguns excertos e das entrevistas dadas pela autora. Para já, porque tem mais de 600 páginas. É comprido porque está recheado de coisas boas. É um prazer lê-lo de uma ponta a outra. É um épico cómico-trágico que tanto diverte como esclarece.

O mais impressionante é que não é preciso gostar da música. Se calhar nem é preciso conhecê-la minimamente. Meet Me In The Bathroom é um livro sobre a juventude. Está cheio de histórias, de personalidades e de relações. Merece ser lido por toda a gente mas corre o risco de ser considerado um livro para fãs e críticos.

Lizzy Goodman conseguiu fazer uma montagem brilhante de milhares de excertos tirados das centenas de entrevistas que fez. É um trabalho arriscado e dificílimo que dá gosto ver. Não é por acaso que as biografias orais são tão raras. A fluidez da narrativa é total: nem se sentem as costuras nem se dá por falta dum narrador. Meet Me In The Bathroom é um exemplo literalmente antológico do poder do grande jornalismo.

Mentiria se dissesse que não acompanhei o livro com a música respectiva. Mas o livro é tão absorvente que se lê melhor sem banda sonora, em silêncio. É como música escrita.